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Segurança da “Casa de Papel” do Banco de Portugal pode estar em risco. Militares não recebem suplementos salariais há 7 meses

Desde janeiro que os militares do grupo de intervenção da GNR, que defendem a fábrica do Banco de Portugal no Carregado, não estão a receber os montantes a que teriam direito, segundo uma reportagem da Record TV Europa.
18 Julho 2019, 18h13

A fábrica do Banco de Portugal no Carregado, onde se imprimem notas de euro e se guardam parte das reservas de ouro nacionais, é um dos complexos mais bem guardados em Portugal, mas a sua segurança pode estar em risco. A Record TV Europa avança esta quinta-feira, 18 de julho, que os militares do Grupo de Intervenção e Ordem Pública da GNR, que asseguram a segurança da “Casa de Papel” portuguesa, não estão a receber os suplementos a que têm direito, desde janeiro último.

Este serviço de segurança é pago pelo próprio Banco de Portugal ao Ministério da Administração Interna, que tutela a GNR. “O banco não é o problema, a GNR não é o problema”, assumiu um militar à Record TV Europa. “Nós pensamos que o problema esteja no Ministério da Administração Interna por causa do protocolo. A GNR não consegue fazer nada. O nosso Comando não consegue fazer nada e está a passar outra vez um mau bocado porque os pagamentos não chegam às contas e isto começa a ser pior outra vez”, explica o mesmo militar, que está há seis meses sem vencimento.

Veja aqui o vídeo da reportagem da TV Record sobre a polémica.

Para proteger o cofre, os militares que estão de serviço (têm uma escala de permanência durante os sete dias da semana), dormem e comem nas instalações, de forma a garantir que o complexo e os objetos no interior estão protegidos. O problema é que este tipo de serviço de escala implica despesas extra: “Nós cada vez que estamos a fazer este serviço para o Banco de Portugal gastamos cerca de 80 euros por semana, em comida e não só. E então, como não são acautelados os pagamentos, há camaradas que não têm meios para subsistir nesta situação”, sustenta.

“Os pagamentos estão atrasados. Já aconteceu no passado em certas situações estar mais de um ano sem pagarem, o que trouxe graves problemas financeiros a muitos elementos desta força”, sublinhou o mesmo militar, ao garantir que não é a primeira vez que esta situação se verifica.

Enquanto o protocolo entre o Banco de Portugal e o Ministério da Administração Interna esteve em análise, uma vez que se encontrava suspenso desde 2017, os militares ficaram sem receber durante um ano completo. Durante este mesmo ano, a Secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna foi questionada sobre estes atrasos.

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