O conflito no Mar Vermelho, entre Israel e o Hamas, multiplicou os prémios de seguro de transporte de mercadorias por dez.
A escalada da violência na região aumenta o preço do transporte em 50% e evitar o Mar Vermelho atrasa a rota em 20 dias e aumenta os custos de transporte em 60%.
Com o aumento da tensão na região, há um impacto imediato nas rotas de navegação e nos prazos de entrega, afetando a eficiência e a segurança do transporte de mercadorias e por isso também os prémios dos seguros do transporte de mercadorias.
Esta situação não eleva só os riscos operacionais, mas também implica reconsiderações estratégicas por parte das empresas de transporte marítimo e comércio exterior.
Este facto tem vindo a ser relatado desde meados de dezembro e faz hoje notícia no jornal espanhol “El Economista”.
Algumas empresas de transporte marítimo de mercadorias têm adoptada a alternativa de contornar o Cabo da Boa Esperança, o que acrescenta até dezenas de dias ao tempo de viagem dos navios, e pode resultar em atrasos significativos e aumento dos custos de transporte.
A primeira consequência disso é assim que as rotas atrasam entre 15 e 20 dias, o que aumenta o custo entre 40% e 60%. Mas não só isso, as empresas de transporte marítimo enfrentam cada vez mais problemas no que diz respeito ao seguro das suas cargas e viagens.
“O que aumentou muito foi o preço dos seguros, que se multiplicou por 10. Há muitas seguradoras que, dada a situação, ou decidem não segurar ou multiplicam os seus prémios por 10”, explica ao “El Economista”, Ramón Gascón coordenador do grupo de trabalho Ásia-Pacífico do Clube de Exportadores e Investidores.
Trata-se de um sector liderado, principalmente, pelas grandes seguradoras do Reino Unido, que incluem nas suas apólices a chamada cobertura de guerra, que inclui os danos ou prejuízos causados por guerras, rebeliões, insurreições, revoluções ou conflitos civis daí resultantes, entre outros.
Para além do aumento dos prémios de seguro, as taxas de frete subiram. A escalada do conflito no Mar Vermelho fez, por exemplo, com que o Dry Baltic Index, o índice de referência para as cargas secas a granel, subisse de um mínimo de 530 dólares em meados de fevereiro de 2023 para um pico de 3 346 dólares em 4 de dezembro, precisamente quando começaram os ataques a navios de carga na zona. Por outras palavras, o custo do fretamento de cereais aumentou 141%. Os preços caíram de forma constante até fecharem na quarta-feira a 2.091 dólares. Assim, desde o início de 2023 até agora, as taxas de frete aumentaram 50%.
O “El Economista” refere que desde que ocorreram os primeiros ataques, o Lloyd’s, a maior seguradora do mundo, decidiu expandir a área de risco, o que significa que os prémios irão aumentar, visto que agora cobre um território maior.
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