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“Sell in may and go away” já não é o que era, defende Allianz GI

“Onde nós ficamos hoje? Os investidores já são bastante pessimistas. O sentimento é fraco, o posicionamento defensivo está a subir e os níveis de liquidez estão no nível mais alto desde 2009”, defende Greg Meier. O analista do Allianz aposta mais no regresso às ações em novembro e não no tradicional setembro que popularizou a frase da City.
Traders work on the floor of the New York Stock Exchange (NYSE) shortly after the opening bell in New York, U.S., January 5, 2017. REUTERS/Lucas Jackson
21 Abril 2023, 14h04

Com o sugestivo título ‘Vender em Maio?’, Greg Meier Director, Senior Economist, Global Economics & Strategy
Allianz Capital Partners, destaca que “A ideia de “Sell in may and go away [vender em maio e ir embora]” está enraizada, no léxico dos investidores dos mercados, há anos. Diz-se que começou na City financeira de Londres. Os banqueiros que procuravam escapar do calor do Verão da cidade “vendiam em maio e iam embora e voltavam no dia de St. Leger” (uma famosa corrida de cavalos ingleses em meados de setembro)”.

Esse velho slogan dos mercados dá o mote para a análise da Allianz GI intitulada “Gone Till November”.

O termo foi popularizado no século XX quando os mais experientes traders de Wall Street encontraram um padrão histórico de retornos comparativamente mais fortes do índice S&P 500 de novembro a abril. Et voilà, um antigo aforismo inglês associado a férias e apostas a cavalo tornou-se um dos fatores sazonais mais conhecidos nos mercados financeiros.

Mas, apesar de décadas de investigação, evidências recentes de um efeito positivo de “venda em maio” foram postas em causa. Os relatórios da MarketWatch e da Morningstar até contra-argumentam que as estratégias de comprar e manter podem funcionar tão bem ou melhor, lembra a Allianz GI.

“Onde nós ficamos hoje? Os investidores já são bastante pessimistas”. O sentimento é fraco, o posicionamento defensivo está a subir e os níveis de liquidez estão no nível mais alto desde 2009.

“Combinado, isto sugere menos ‘pólvora seca’ para que uma corte em expansão de investidores se torne cada vez mais pessimista – um potencial sinal contrário. Por outro lado, as férias de Verão são tão populares como sempre”, refere.

Para os investidores, isto significa que a escassa liquidez pode ampliar desnecessariamente os movimentos de preços quando as notícias desiludem. “Desse ponto de vista, considerando o facto de a América ter atingido o seu limite de endividamento – o limite máximo da dívida – em Janeiro, tem estado em segundo plano desde então, porque o Departamento do Tesouro tem evitado o incumprimento usando medidas extraordinárias”, escreve Greg Meier.

Mas essas medidas não são infinitas, diz Meier, na verdade, “as manobras financeiras podem parar de funcionar em setembro ou agosto – ou talvez antes”.

“O timing é flexível porque depende do fluxo e refluxo diário das receitas e despesas fiscais do governo norte-americano. Embora pensemos que um default (da dívida dos EUA) é altamente improvável, a última vez que os opositores políticos dos Estados Unidos brincaram seriamente com o risco de incumprimento foi na redução do rating da dívida dos EUA em agosto de 2011”, conclui.

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