Muitas vezes eu digo que a imagem exterior do Brasil é a principal trava ao seu desenvolvimento. É uma verdade. Digo isso a Marcelo Freixo, presidente da Embratur e a Ana Paula Repezza, diretora da Apex Brasil. E é verdade que as coisas estão a mudar.

Mas quem não conhece o Brasil por dentro e apenas fica lendo os jornais até pode acreditar que é um lugar cheio violência, infestado por corrupção e governado por um bando de políticos malucos e desbocados. Mas isso não é verdade. O Brasil é, de fato, um ecossistema político e social complexo que requer estudo e dedicação, mas é um lugar único de oportunidades.

O Brasil é uma terra maravilhosa com grandes exemplos para dar ao mundo. Cheio de grandes empresas, grandes projetos, grandes cidades e servidores públicos de extraordinária qualidade, mas como (ainda) vive isolado do mundo, a imagem que projetam dele no estrangeiro é má. E ainda ninguém faz nada para a melhorar.

Uma maravilha é Brasília, de onde escrevo esta coluna e que é a única cidade construída na era do betão classificada como patrimônio da humanidade e um verdadeiro museu a céu aberto. Mas isso não se sabe fora do Brasil.

Muitas empresas brasileiras – esta coluna não chegaria para as nomear – são verdadeiros exemplos de inovação que não têm paralelo em mais nenhum país do mundo, mas que não conseguem ser bandeira, nem mensagem.

Um país onde o capital e o talento são abundantes tem de saber escolher a comunicação como prioridade política. Mas por que motivo, na era da globalização que coloca todos em contato permanente, a imagem do Brasil não espelha a realidade?

A resposta é simples: há muitos brasileiros que tomam decisões – empresários e políticos – que ainda pensam que não precisam dos estrangeiros para nada. Mas esse pensamento, nos dias de hoje, é um erro fatal.

A boa notícia é que há um grupo na elite brasileira, cada vez mais numeroso, que já percebeu que o Brasil futuro se constrói além-fronteiras. Que aposta em parcerias internacionais e compreende que na era da conectividade global, por maior que seja um país, não tem futuro sozinho.

O empresário Rubens Menin, um dos maiores empresários no Brasil, entendeu isso e escolhe Portugal como porta de entrada na Europa. Alguns desses brasileiros e brasileiras também já perceberam que a língua é o território mais óbvio para esse crescimento.

São aqueles que, como Juscelino Kubitscheck, voltam atrás sempre que se enganam e não têm compromisso com o erro. Esses são os brasileiros do futuro.