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Sem surpresas, BCE deixa inalterada a ‘bazuca’ de 1,35 biliões e taxas de juro, mas sinaliza ação em dezembro

O Banco Central Europeu não anunciou novas medidas de política monetária esta quinta-feira, mantendo, até junho de 2021, o Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP) em 1,35 biliões de euros. As taxas de juro diretoras permaneceram inalteradas. Em dezembro, no entanto, as novas projeções económicas poderão permitir ajustar os estímulos, adiantou.
  • Armando Babani/EPA via Lusa
29 Outubro 2020, 12h46

O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira não reforçar nem estender o horizonte temporal do Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP), em linha com a maioria dos analistas, que anteciparam novas medidas para a reunião de dezembro.

O BCE reconheceu em comunicado que existem riscos na conjuntura atual e sinalizou que vai analizar a informação com “cuidado”, o que incluiu “as dinâmicas da pandemia, as projeções para a distribuição de uma vacina e os desenvolvimentos cambiais” do euro.

“As novas projeções de dezembro vão permitir uma reavaliação do outlook económico e a calibragem dos riscos. Com base nesta reavaliação, o Conselho de Governadores vai recalibrar os seus instrumentos, de forma apropriada, para responder à evolução dda situação e assegurar que as condições de financiamento se mantêm favoráveis para apoiar a recuperação económica e contrabalançar os efeitos negativos da pandemia na evolução projetada da inflação”, lê-se na nota.

Pela terceira vez consecutiva, o BCE decidiu deixar tudo como está. A última vez que Frankfurt recarregou o PEPP, iniciado em março, aconteceu na sequência da reunião de junho, quando reforçou o seu poder de fogo de compra de ativos de 750 mil milhões de euros para 1,35 biliões de euros e o estendeu o seu prazo por mais seis meses, até junho de 2021.

Lançado para estimular a economia e transmitir de forma suave a política monetária, o PEPP consiste numa compra de ativos públicos e privados por parte do BCE que eliminou um limite que balizava o poder de fogo do seu programa antecessor — o Asset Purchase Programme (APP), lançado por Mario Draghi em 2015. O APP estava limitado a comprar até 33% da dívida emitida por cada país, um limite que não entrou na configuração do PEPP de Christine Lagarde, precisamente para permitir uma transmissão suave da política monetária em todas as jurisdições da zona euro.

As taxas de juro mantiveram-se inalteradas, sendo que a taxa de juro de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecem em 0%, 0,25% e -0,5%, respectivamente.

O BCE manteve ainda o ritmo mensal de compras ao abrigo do APP, em 2o mil milhões de euros, em conjunto com as compras adicionais de 120 mil milhões de euros que integram um envelope temporário, até ao final do ano.

Outro instrumento, o TLTRO, também se manteve, uma vez que permanece como uma fonte de financiamento atrativa para os bancos, apoiando a concessão de crédito às empresas e às famílias.

A atenção vira agora para a conferência de Christine Lagarde, presidente do BCE, às 13h30.

(atualizada às 12h59)

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