No espetro político português onde não existe neste momento, com representação parlamentar, um partido verdadeiramente de direita que possa ser a afirmação dos valores nacionais, urge repensar a restauração do sentimento de pertença a uma nação historicamente devota à sua identidade.

Ser patriota é promover os deveres morais que a comunidade política deve seguir e respeitar. Vivemos uma grave crise de princípios na classe política. O ânimo que os nossos agentes políticos empregam na defesa dos interesses privados e ambições pessoais é incomparavelmente maior do que aquele que destinam aos interesses comuns.

A dedicação ao país, a identificação com a nação, a preocupação e a solidariedade com os nossos compatriotas define o conceito intemporal de patriotismo, tão intencionalmente esquecido pelos partidos do espetro português. Afirmar Portugal na Europa e no mundo é um imperativo categórico que cada vez está mais arredado das prioridades do Estado.

Hoje, a defesa da Pátria deveria revelar-se na luta contra os impulsos que ponham em risco a segurança do Estado, a soberania nacional e a sua autodeterminação, sobretudo nas questões europeias e da imigração. Em Portugal, o envolvimento quase nulo na causa pública por parte da sociedade civil, que se traduz na ausência de fiscalização à atividade dos vários Governos, tem ajudado a aumentar exponencialmente os abusos, o enriquecimento ilícito, a corrupção, os compadrios, em suma – a ideia de impunidade.

Dizer que se é patriota e torcer pelo país só quando joga a seleção nacional é pobre para uma nação que acredita desde o Séc. XVII na crença quiliástica do Quinto Império. Desde a conquista de Ceuta até à devolução da soberania de Macau à China que Portugal se orgulhou de ser o mais antigo dos impérios coloniais europeus modernos.  Está na hora de o lembrar e voltar a mostrar a velha têmpera de que é feito o povo português.