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Ser professor é uma profissão em declínio (candidatos estão entre os que têm pior média)

Muito poucos alunos querem um dia vir a estar do outro lado da sala. A profissão perdeu estatuto social e os candidatos estão entre os que têm pior média de entrada da universidade.
9 Novembro 2017, 12h55

O semanário Expresso relança na última edição uma questão fundamental da sociedade portuguesa: a importância da formação de professores. A análise feita com base nos resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior deste ano conclui que a segunda média de entrada mais baixa do concurso verificou-se justamente nos cursos de formação de professores.

Num total de 22 áreas de estudo, regista-se a segunda média de entrada mais baixa do concurso: 131 valores numa escala de 0 a 200. Relembre-se que esta média é feita com base nas notas do ensino secundário e nos exames nacionais.

Outrora admirada, a profissão de professor tem, à semelhança de outras, vindo a perder prestígio. Ensinar num mundo cada vez mais digital e abundante de informação torna-se cada dia mais exigente. Não basta ter conhecimento académico, dominar conceitos. O professor precisa criar mobilidade mental e lançar desafios que impulsionem a aprendizagem. Se não houver professores bem preparados para o exercício da função, o que vai ser da sociedade amanhã?

A profissão de professor não está em queda apenas em Portugal. O perfil académico dos alunos que querem vir a ser professores varia de país para país, mas a média nos países que integram a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) diz muito: apenas 5% dos alunos espera um dia vir a tornar-se professor: 3% são rapazes e 6% raparigas. Portugal está muito abaixo da média: somente 1,5%. Pior mesmo na Rússia, República Checa, Suíça, Itália, Hungria, Alemanha e Estónia. Segundo explicou ao Expresso, Seong Won, um dos investigadores que realizou o estudo “Who Wants To Be a Teacher”, que analisou estes dados do PISA com 17 anos, não há diferenças entre os números apurados em 2006 e em 2015.

É urgente reverter a situação atual até porque há países com os quais se pode aprender, por exemplo, a Finlândia.

 

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