Acaba de ser publicado o EY Attractiveness Survey Portugal 2022, estudo que anualmente avalia a perceção dos investidores estrangeiros relativamente à atratividade do País enquanto destino de investimento direto estrangeiro (IDE).
Desde 2017 que a EY realiza este questionário junto de investidores à escala global. Assistimos, ao longo dos anos, a uma consolidação da posição de Portugal nos interesses de investimento no setor da tecnologia, que tem atraído cada vez mais projetos e criado um número crescente de postos de trabalho para recursos humanos altamente qualificados. A mudança gradual das perspetivas de investimento em Portugal é uma oportunidade a acautelar pelo setor público e privado.
A pandemia, obviamente, acelerou este processo de transformação das empresas (que já estava a acontecer, mas ainda a uma velocidade reduzida). E o que vemos é que as empresas portuguesas são capazes de atrair investimento estrangeiro numa indústria cada vez mais competitiva e global.
Em 2017, Portugal atraiu apenas 95 projetos de IDE enquanto em 2021 foram cerca de 200, o que representa um valor recorde de IDE para o nosso país. Olhando para o futuro, a pergunta que devemos colocar é se Portugal consegue atrair mais IDE no contexto económico e social que atualmente vivemos? Seguramente e, numa economia periférica como Portugal, são muitos os desafios que temos e que, se devidamente endereçados, podem assumir-se como oportunidades.
Em termos prospetivos, a economia digital, o tema da sustentabilidade e o imobiliário, continuam a ser percecionados pelos investidores como drivers de crescimento de Portugal nos próximos anos. Para isso, as empresas portuguesas devem apostar numa estratégia que as coloque mais próximas de um mercado cada vez mais global e mais exigente e torne visível os seus fatores de competitividade.
Como desafios, os investidores realçam, por exemplo: a importância de repensar o sistema fiscal de Portugal, não só para promover ainda mais a atratividade a futuros investimentos, mas também para garantir a estabilidade do quadro fiscal e a maior eficiência da resposta das autoridades fiscais aos investidores; e a atração e retenção de Talento, através de uma contínua aposta na formação orientada para as necessidades do tecido empresarial, dado que neste momento já se denota a crescente dificuldade em recrutar Talento em IT e I&D.
No EY Attractiveness Survey Portugal 2022, os investidores destacam a qualidade de vida, a estabilidade social e o acesso a Talento de qualidade como algumas das razões da escolha de Portugal. Se somos uma zona de conforto por estas razões para atrairmos IDE, teremos que encarar os desafios que os investidores identificam para conseguirmos atrair ainda mais e melhor investimento para Portugal.