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Sestas a meio do dia podem significar um coração mais saudável

Os autores do artigo científico concluíram que aqueles que fazer sestas ocasionais, até duas vezes por semana, entre cinco minutos a uma hora, são 48% menos propícios a serem vítimas de um ataque cardíaco ou AVC.
10 Setembro 2019, 16h08

Os espanhóis habituaram os vizinhos da Península Ibérica a fechar a meio da tarde para fazer ‘a siesta’. Estas podem ser boas notícias para os cidadãos de Espanha e para os fãs das sestas a meio da tarde. Um novo estudo descobriu que tirar pequenas sestas até duas vezes por semana pode diminuir o risco de ataques cardíacos ou de AVC’s, noticia a “CNN”.

O estudo é de uma equipa de cientistas da Universidade do Hospital de Lausanne, na Suíça, que realizou a associação entre as sestas frequentes e a duração e risco de complicações cardiovasculares serem fatais ou não. Foram estudadas 3.462 pessoas entre os 35 e 75 anos de idade, durante cinco anos.

Os autores do artigo científico concluíram que aqueles que fazer sestas ocasionais, até duas vezes por semana, entre cinco minutos a uma hora, são 48% menos propícios a serem vítimas de um ataque cardíaco ou AVC, do que aqueles que só descansam no período noturno.

O estudo da Universidade de Lausanne, posteriormente publicado no jornal da Sociedade Cardiovascular Britânica, não encontrou numa associação entre a frequência e a duração destes sonos curtos. Ainda assim, diversos estudos previamente publicados assumiram que não existe associação entre os dois fatores.

“Os indivíduos que fazem a sesta uma ou duas vezes por semana apresentam um menor risco de eventos cardiovasculares, embora não tenha sido encontrada uma ligação entre a duração e a frequência”, sustentaram os autores do relatório.”Os padrões de sono já tinham sido associados a várias condições médicas”, disse um perito cardiovascular da Universidade de Oxford, não envolvido no estudo.

“Ainda assim, algumas destas associações vão refletir os efeitos de uma doença crónica subjacente ao sono, e não o contrário. Muitas vezes é difícil desvendas uma causa e efeito, nomeadamente quando as condições são graves, como doenças cardíacas coronárias, que podem permanecer sem sintomas antes de um ataque cardíaca”, sublinhou o médico.

No entanto, um professor de medicina metabólica da Universidade de Glasgow afirma que embora o estudo possa ser “interessante”, é provável que aqueles que façam a sesta tenham um estilo de vida mais saudável do que aqueles que durmam todos os dias à tarde, que podem ficar mais doentes.

Desta forma, o professor de Glasgow aconselha que “é muito melhor procurar uma boa noite de sono regular e seguir os conselhos de estilo de vida sobre dietas e níveis de atividades decentes”.

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