O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) critica o processo de vacinação posto em prática pelo Governo e demonstra-se preocupado com a “falta de informação e desorganização”, por parte do Ministério da Saúde, exigindo que “todos os médicos sejam vacinados”.
O Ministério da Saúde anunciou que iria arrancar a primeira fase do Plano de Vacinação Covid-19 com os médicos e profissionais de saúde, cumprindo as normas da União Europeia. Mas o SIM, sublinha que “um mês volvido, estamos muito longe de cumprir esse objetivo”.
A Ordem dos Médicos (OM), o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) têm recebido milhares de contactos dos seus associados, reclamando o direito a ser vacinados de acordo com as prioridades anunciadas e preocupados com a “falta de informação e desorganização”.
Segundo os dados do SIM, menos de metade dos profissionais do SNS estão vacinados. Em hospitais como Alcoitão, Ortopédico da Parede, SAMS, Cruz Vermelha, misericórdias e hospitais e consultórios privados por todo o país, o sindicato revela que os profissionais de saúde não fizeram a primeira dose, a que se juntam os prestadores das atividades de risco, de limpeza e segurança. O SIM considera que, perante estes dados, “além de colocar em risco a saúde e a vida dos profissionais de saúde e os seus familiares, arriscam-se os escassos meios humanos disponíveis para combater a calamidade que assola o nosso SNS”.
“Sendo as vacinas contra a covid-19 um bem escasso, da responsabilidade do Estado, vimos desta forma expressar a nossa indignação, pelo facto de muitos milhares de médicos estarem a ser renegados no plano de vacinação, num processo cuja falta de transparência e equidade é indisfarçável. A situação é grave tanto para os médicos do SNS, como para os médicos que não pertencendo aos quadros do SNS e que todos os dias contactam doentes, nomeadamente doentes infetados”, lê-se no comunicado.
O sindicato avisa que por cada médico infetado ou contacto de alto risco, “além do impacto no próprio e na sua família, ficarão por realizar muitas consultas, exames e cirurgias, e aumenta ainda mais a pressão sobre os serviços de saúde. Não vacinar todos os médicos é condenar os doentes a ficarem sem acesso a cuidados de saúde”.
O SIM considera que a vacinação pandémica é “estratégica” para a recuperação do sistema de saúde, para a retoma económica e para a recuperação de Portugal como um todo. “Gerir este dossier crítico sem transparência e de forma propagandística, de anúncio em anúncio, é condenar-nos a todos a um confinamento sem fim à vista e a uma situação insustentável”, acrescentam.
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