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Médicos advertem para “falta de organização do processo de vacinação” por parte do Governo

Segundo os dados do SIM, menos de metade dos profissionais do SNS estão vacinados. Em hospitais como Alcoitão, Ortopédico da Parede, SAMS, Cruz Vermelha, misericórdias e hospitais e consultórios privados por todo o país, o sindicato revela que os profissionais de saúde não fizeram a primeira dose, a que se juntam os prestadores das atividades de risco, de limpeza e segurança.
27 Janeiro 2021, 18h24

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) critica o processo de vacinação posto em prática pelo Governo e demonstra-se preocupado com a “falta de informação e desorganização”, por parte do Ministério da Saúde, exigindo que “todos os médicos sejam vacinados”.

O Ministério da Saúde anunciou que iria arrancar a primeira fase do Plano de Vacinação Covid-19 com os médicos e profissionais de saúde, cumprindo as normas da União Europeia. Mas o SIM, sublinha que “um mês volvido, estamos muito longe de cumprir esse objetivo”.

A Ordem dos Médicos (OM), o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) têm recebido milhares de contactos dos seus associados, reclamando o direito a ser vacinados de acordo com as prioridades anunciadas e preocupados com a “falta de informação e desorganização”.

Segundo os dados do SIM, menos de metade dos profissionais do SNS estão vacinados. Em hospitais como Alcoitão, Ortopédico da Parede, SAMS, Cruz Vermelha, misericórdias e hospitais e consultórios privados por todo o país, o sindicato revela que os profissionais de saúde não fizeram a primeira dose, a que se juntam os prestadores das atividades de risco, de limpeza e segurança. O SIM considera que, perante estes dados, “além de colocar em risco a saúde e a vida dos profissionais de saúde e os seus familiares, arriscam-se os escassos meios humanos disponíveis para combater a calamidade que assola o nosso SNS”.

“Sendo as vacinas contra a covid-19 um bem escasso, da responsabilidade do Estado, vimos desta forma expressar a nossa indignação, pelo facto de muitos milhares de médicos estarem a ser renegados no plano de vacinação, num processo cuja falta de transparência e equidade é indisfarçável. A situação é grave tanto para os médicos do SNS, como para os médicos que não pertencendo aos quadros do SNS e que todos os dias contactam doentes, nomeadamente doentes infetados”, lê-se no comunicado.

O sindicato avisa que por cada médico infetado ou contacto de alto risco, “além do impacto no próprio e na sua família, ficarão por realizar muitas consultas, exames e cirurgias, e aumenta ainda mais a pressão sobre os serviços de saúde. Não vacinar todos os médicos é condenar os doentes a ficarem sem acesso a cuidados de saúde”.

O SIM considera que a vacinação pandémica é “estratégica” para a recuperação do sistema de saúde, para a retoma económica e para a recuperação de Portugal como um todo. “Gerir este dossier crítico sem transparência e de forma propagandística, de anúncio em anúncio, é condenar-nos a todos a um confinamento sem fim à vista e a uma situação insustentável”, acrescentam.

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