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Sindicato de médicos urge que sucessor de Francisco Ramos “não ande a reboque de opiniões políticas” e cumpra plano de vacinação

Ao Jornal Económico, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos considera que a demissão de Francisco Ramos é “evidente” e urge que plano de vacinação seja cumprido. “Exigimos mais trabalho, e menos propaganda”, reforçou.
3 Fevereiro 2021, 18h00

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) considera que a demissão do coordenador da task force do plano de vacinação contra a Covid-19 em Portugal é “evidente” e apela que o “sucessor garanta com responsabilidade e rigor os critérios claros” do processo de vacinação, frisando ser importante que o próximo coordenador “não ande a reboque de opiniões politicas emanadas pelo Governo”.

Ao Jornal Económico, Jorge Roque da Cunha quer que a prioridade na vacinação seja cumprida, uma vez que “menos 40% dos médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e cerca de um décimo dos profissionais de saúde dos hospitais militares estão vacinados e apenas duas mil pessoas receberam a primeira dose no sector privado”. Números que para o responsável não vão de acordo com o estipulado.

“Temos que exigir que se cumpra o plano de vacinação e se punam os chico-espertos. Aqueles que de forma indevida utilizam a sua posição para ultrapassar e adquirir vantagem sobre os outros”, afirmou. “Esperamos [que o sucessor] seja alguém com capacidade de logística e se concentre nesta tarefa dificílima”.

Além de exigir que o próximo responsável cumpra as diretrizes do plano de vacinação e garante que não hajam irregularidades, Roque da Cunha relembra que a quantidade de vacinas atualmente disponíveis “são poucas” mas que ainda há “muitas pessoas” por vacinar, nomeadamente, as 900 mil pessoas que integram o novo grupo de vacinação e que começaram a ser vacinados esta quarta-feira. “Exigimos mais trabalho, e menos propaganda”, reforçou.

Francisco Ramos, renunciou ao cargo esta terça-feira, informou o Ministério da Saúde. Em causa estão “irregularidades detetadas pelo próprio no processo de seleção de profissionais de saúde no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, do qual é presidente da comissão executiva”, refere o gabinete de Marta Temido, em comunicado divulgado esta tarde, um dia depois da demissão.

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