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Sindicato dos Quadros cria fundo “independente” para garantir benefícios futuros dos bancários

O Sindicato dos Quadros da banca decidiu afetar 40% dos resultados líquidos, que em 2018 foram de 2,2 milhões, para a criação de Reserva de Garantia de Benefícios futuros do SAMS Quadros. Paulo Marcos explica que pretende-se com esta medida assegurar os mecanismos estatutários, para que esta reserva de estabilização de Benefícios futuros possa ser independente da gestão do momento.
  • Cristina Bernardo
16 Abril 2019, 11h58

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) aprovou, em Conselho Geral, as contas relativas ao ano de 2018, que registaram um resultado líquido de cerca de 2,2 milhões de euros e decidiu a afetação de 40% dos resultados a uma Reserva de Garantia de Benefícios do SAMS Quadros, que pretende seguir o modelo de um fundo soberano, inspirado no modelo norueguês. Paulo Marcos explica que com esta medida pretende-se assegurar os mecanismos estatutários, para que esta reserva de estabilização de Benefícios futuros possa ser independente da gestão do momento.

O sindicato explica que, conforme é imperativo legal, 10% dos resultados líquidos têm que ser afetos à Reserva Legal. “O SNQTB manteve a política de reforço do Fundo de Greve (que vai ultrapassar, no total do fundo, os 9 milhões de euros), com 40% dos resultados líquidos”, diz em comunicado. A isto “acresce ainda 5% dos resultados para uma Reserva do Fundo Complementar de Saúde e, mais relevante, 40% para uma Reserva de Garantia de Benefícios (futuros) do SAMS Quadros”, adianta a instituição.

“Pretende-se com esta medida assegurar os mecanismos estatutários, para que esta Reserva de (estabilização) de Benefícios futuros do SAMS Quadros possa ser independente da gestão do momento e que tenha reforço em todos os anos de resultados líquidos positivos”, diz o sindicato em comunicado.

Paulo Marcos, presidente do SNQTB, diz que “a principal preocupação é a de dotar a Reserva de Benefícios Futuros do SAMS Quadros de independência e imunidade em relação a qualquer gestão executiva do sindicato ou do SAMS Quadros”, adiantando que é “um pouco como faz a Noruega, com o seu fundo soberano, em que uma parte das receitas conseguidas com a extração do petróleo é colocado num Fundo Soberano, que se destina a manter o modelo social norueguês, mesmo quando o ouro negro se esgotar”.

“Mas mais importante, os noruegueses criaram os mecanismos constitucionais e institucionais para que nenhum governo posso colocar em risco os fins do Fundo Soberano, ou seja, liberta o fundo de eventuais influências da gestão política do momento”, afirma o presidente do SNQTB.

O Sindicato dos Quadros anunciou um EBITDA (resultados antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) de mais de 3,05 milhões de euros, o que traduz “um retorno de 9,87% sobre a base de capital”, e um resultado líquido de cerca de 2,2 milhões que segundo o comunicado representa “um retorno de 7,1% sobre a base de capital”.

O sindicato explica que “estes números foram alcançados num contexto de diminuição de quase 10 mil bancários no ativo e consequente impacto nos sistemas mutualistas de saúde dos bancários (SAMS Quadros e outros SAMS), de um novo modelo financiamento do SAMS, por parte dos bancos, em que o SAMS Quadros tem, em 2018, menos 19,4% per capita, de financiamento, do que tinha em 2015 e, finalmente, num quadro de política de reformas antecipadas, por parte das instituições de crédito”.

“Estes foram os resultados mais relevantes desde que as contas do SNQTB são auditadas e alvo de certificação, sem reservas, por parte do ROC ou dos auditores”, diz Paulo Gonçalves Marcos, presidente do SNQTB.

“As contas do SNQTB relativas ao ano de 2018 traduzem o esforço do sindicato em alcançar indicadores de sustentabilidade a longo prazo”, diz ainda o SNQTB em comunicado.

O presidente do SNQTB realça que “importa acrescentar que o sindicato liquidou, em fevereiro último, o remanescente da dívida financeira, contraída há largos anos para financiar o investimento em dois empreendimentos, o hotel em Porto Santo e o Lar em Bicesse”.

Por fim , o Conselho Geral do SNQTB aprovou a constituição e composição de uma comissão de elaboração de proposta de revisão de estatutos de modo a torná-los “mais inclusivos quanto ao género e que envolvam mais os bancários mais jovens”, explica Paulo Gonçalves Marcos.

 

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