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Sindicato dos técnicos bancários vai manifestar-se contra despedimentos do Santander

“É incompreensível que a administração do Banco Santander, um dos bancos que mais lucros tem em Portugal e um dos bancos mais eficientes na Europa, proceda a despedimentos de forma unilateral, numa altura em que tem em curso um plano de reformas antecipadas por acordo”, critica o SNQTB.
  • Balcão Santander
3 Maio 2021, 12h26

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) convocou para a próxima semana várias manifestações de protesto contra o “processo unilateral de despedimento” de 100 a 150 trabalhadores do Banco Santander.

O sindicato considera que a medida é “completamente injusta, inqualificável, injustificada, inaceitável e uma ofensa para os trabalhadores do Banco Santander”, convocando então os seus associados “e todos os bancários para manifestações no dia 11 de maio em Lisboa” junto à sede da entidade, no dia 12 de maio no Porto, a 13 de maio em Coimbra e no dia seguinte em Faro.

“É incompreensível que a Administração do Banco Santander, um dos bancos que mais lucros tem em Portugal e um dos bancos mais eficientes na Europa, proceda a despedimentos de forma unilateral, numa altura em que tem em curso um plano de reformas antecipadas por acordo, que deveria continuar a ser a matriz a seguir”, aponta o presidente do SNQTB, Paulo Gonçalves Marcos, em comunicado.

“O SNQTB irá defender os legítimos interesses dos bancários em todas as frentes, incluindo o protesto público. Por isso saímos à rua, em quatro manifestações que visam juntar bancários do Norte, Centro e Sul do país, e onde o SNQTB pretende fazer ouvir bem alto a defesa dos direitos dos seus associados e de todos os trabalhadores do Banco Santander”, continua o responsável.

O sindicato sustenta ainda que não considera que a maximização do lucro rentista justifique o sacrifício dos bancários portugueses, que não são objetos descartáveis, sendo que a decisão da entidade revela “falta de sensibilidade social, mais ainda em tempos de pandemia”.

O Santander Totta encerrou 41 balcões em Portugal durante o primeiro trimestre de 2021, tendo passado de 427 para 286 balcões entre janeiro e março de 2021. A entidade liderada por Pedro Castro e Almeida em Portugal apresentou 34,2 milhões de euros em lucro, sendo que estes recuaram 71,2% no primeiro trimestre quando em comparação com o período homólogo. Já o grupo Santander registou lucros de 1.608 milhões de euros no mesmo período, cinco vezes mais que em 2020.

Numa carta aberta à administração do Banco Santander, que o SNQTB publicou na imprensa na passada sexta-feira, o sindicato “considera que a maximização do lucro rentista não justifica o sacrifício dos bancários portugueses, que não são objetos descartáveis. Por outro lado, na mesma carta aberta, o Sindicato entende que a decisão de avançar para despedimentos de forma unilateral revela falta de sensibilidade social, mais ainda em tempos de pandemia, e ocorre no preciso momento em que o Banco Santander anunciou relativamente ao 1º trimestre, por exemplo, um rácio de eficiência de 34,1%; um aumento do produto bancário em mais de 18% ou o crédito a clientes a subir 5%”.

Apesar do rácio de eficiência ser um dos melhores do mercado, a verdade é que a melhoria de 7,4pp para 34,1%, traduz “o impacto pontual de proveitos de natureza não recorrente da gestão da carteira de títulos”, segundo as contas trimestrais.

“Em qualquer parte do mundo, estes resultados são extremamente positivos. Aliás, o Banco Santander todos os anos apresenta lucros muito confortáveis”, aponta o Sindicato na carta aberta à administração do Banco Santander Totta, liderada por Pedro Castro e Almeida. Por isso, afirma o SNQTB, “a decisão de avançar com um processo de despedimentos unilateral é uma medida injusta, inqualificável, injustificada e inaceitável”.

Porta aberta à saída de mil trabalhadores

O banco abriu a porta à saída de cerca de mil trabalhadores. O Banco Santander Totta tem 100 a 150 rescisões unilaterais de situações em que, “tendo abordado esses colaboradores nos últimos meses para alcançarem rescisões por mútuo acordo (com condições claramente acima do mercado), não houve até agora hipótese de entendimento”, explicou o banco recentemente. Além disso o Santander Totta tem em curso um plano de adesões voluntárias para rescisões por mútuo acordo e pré-reformas para colaboradores com 55 ou mais anos, o qual só termina em Junho.

Só nessa altura será aprovado um plano de reestruturação no qual será possível apurar números mais concretos quanto a saídas.

Notícia atualizada às 15h02

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