O Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e o Mais Sindicato (ex-SBSI) mantêm a recusa em aceitar aumentos salariais de 0,2%. E insistem na necessidade de rever e atualizar a convenção coletiva, introduzindo algumas matérias como promoções, férias, assédio no local de trabalho, direito a desligar e, fundamental, o teletrabalho.
“À quarta sessão de negociações, as Instituições de Crédito (IC) avançaram com uma proposta de 0,2% de aumento nas tabelas. E à revisão do clausulado proposta pelo Mais Sindicato e o SBC, responderam com o «não» habitual. A falta de consideração pelo trabalho dos bancários, não sendo surpreendente, é chocante”, defendem o SBC e Mais Sindicato.
Os sindicatos acrescentam que as negociações de revisão do ACT do setor bancário e respetivas tabelas têm estado marcados por “percalços”, especialmente devido aos efeitos da pandemia de Covid-19. E recordam que depois de terem apresentado uma proposta de revisão de tabela, cláusulas de expressão pecuniária e de outro clausulado, as sessões entre as partes foram suspensas em março.
“No entanto, ainda no final de março e já utilizando oportunisticamente os efeitos então imprevisíveis da pandemia, as IC manifestaram a intenção de não mexer na tabela e cláusulas de expressão pecuniária. Ou seja, uma proposta de 0,00% de aumento salaria”, realçam em comunicado.
Só no final de julho, adiantam, após a quarta reunião – na qual as partes concluíram a discussão das propostas de revisão de clausulado apresentadas pelo Mais Sindicato e o SBC –, as IC comunicaram “a sua disponibilidade de aplicar o risível aumento de 0,2% da tabela e cláusulas de expressão pecuniária”.
Uma proposta que, segundo estes sindicatos, resultaria, por exemplo, num aumento de 0,2 cêntimos do subsídio de almoço para 9,67 euros e de 2,72 euros num salário de nível 10 que é atualmente de 1.359,65 euros.
“O Mais Sindicato e o SBC estão indisponíveis para aceitar esta farsa de aumento salarial e esperam que as IC compreendam a necessidade de valorizar o trabalho dos bancários, que impulsiona os lucros dos bancos – e evoluam na sua posição, recompensando os trabalhadores e reconhecendo a importância da paz social. Já é tempo de os bancos serem empresas socialmente responsáveis”, concluem.
Clausulado em discussão
Relativamente ao clausulado do ACT, os Sindicatos insistiram na necessidade de rever e atualizar a convenção coletiva, introduzindo algumas matérias, dando conta de que em junho deu-se início à discussão das propostas apresentadas.
“Não obstante a fundamentação económica que justifica a posição de ambas as partes, os Sindicatos consideram que há outras matérias importantes para os bancários e que têm de ser contratualizadas, como sejam promoções, férias, assédio no local de trabalho, direito a desligar e, fundamental, o teletrabalho”, explicam o SBC e o Mais Sindicato.
À semelhança de anos anteriores, prosseguem, a postura das IC é “mais do mesmo”, não demonstrando qualquer abertura para a banca se adaptar à nova realidade.
“Ficaram todas suspensas, mas os Sindicatos não vão desistir do seu objetivo de incluir no ACT matérias de grande importância para os bancários”, concluem.
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