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Siza Vieira promete medidas de capitalização para empresas do sector do turismo

Governo está disponível para manter os apoios ao emprego para além de junho, “se necessário” até ao final de 2021, e para prolongar o prazo das moratórias. Até ao momento já foram aprovados 215 milhões de euros em apoios a fundo perdido às empresas do turismo, dos quais 177 milhões de euros já foram efetivamente pagos. 
  • Cristina Bernardo
9 Fevereiro 2021, 12h28

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, garantiu esta terça-feira que o Governo está disponível manter os apoios ao emprego para além de junho – “se necessário” até ao final do ano – e prometeu lançar instrumentos de capitalização para as empresas do sector, bem como ponderar o prolongamento das moratórias no sector.

“Estamos numa situação em que, do lado do Governo e do lado das empresas, há esforços a fazer. Nós já anunciamos que temos a intenção de manter os apoios ao emprego além do final do primeiro semestre – se necessário for até ao final do ano. Temos a noção que o impacto das moratórias vai ser importante e, por isso, estamos a discutir com o Banco de Portugal (BdP) e a Associação Portuguesa de Bancos (APB) o que fazer relativamente à dívida residual que existe no sector turístico. Eventualmente uma extensão de maturidades pode justificar-se neste sector”. Siza Vieira afirmou-o esta terça-feira, num webinar sobre o futuro do sector do turismo, organizado pela Confederação do Turismo de Portugal.

Relativamente à questão das moratórias, o ministro da Economia explicou que o que está em cima da mesa de negociações com o BdP e a APB não é “apenas a suspensão de pagamentos determinados até setembro deste ano, mas a extensão do prazo da dívida remanescente”. Assim, as equipas de Siza Vieira, de Mário Centeno e de Faria de Oliveira estão a analisar de que forma a medida “se justifica, em que medida e com que abrangência”.

“Temos também, obviamente, a noção de que vamos precisar de lançar instrumentos de capitalização das empresas. Parece-nos que aquilo que é importante ao sairmos desta crise é termos uma situação em que as empresas não estejam sobrecarregadas por dívida, a trabalhar para pagar juros, em vez de estarem capacitadas para fazerem investimentos e para criarem emprego”, acrescentou Siza Vieira ao longo da sua intervenção.

“Isto exige reforço dos instrumentos de capital, que nesta altura – sabemos – terão que vir em grande parte do sector público”. Assim, o governante garantiu que o Governo está a trabalhar em instrumentos de capitalização para as empresas do sector do turismo.

“Estamos a trabalhar nestes instrumentos, designadamente por via de instrumentos de quase capital, de dívida convertível ou de empréstimos participantes, que permitam às empresas reforçar os seus capitais próprios e reduzir o nível relativo à dívida”, explicou.

Segundo Siza Vieira, as medidas que estão a ser refletidas representam um “esforço suplementar do lado público e do lado privado, para aguentar mais estes meses”. Ou seja, depreende-se que o Governo poderá ter de a duração das medidas já implementadas para apoiar as empresas, no sector do turismo como em outros, para acautelar os impactos da pandemia na economia, tendo em conta o agravamento da situação epidemiológica desde o início de 2021.

O ministro da Economia adiantou, ainda, que já foram aprovados 215 milhões de euros em apoios a fundo perdido às empresas do turismo, dos quais 177 milhões de euros já foram efetivamente pagos.

“Fizemos um esforço muito grande de assegurar que dirigíamos apoios às empresas”, afirmou o governante, sublinhando “nunca houve uma contração tão violenta” da atividade turística, mas que a perspetiva do Governo é de que “esta é uma crise temporária”.

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