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Siza Vieira quer que seguradoras e fundos de pensões invistam na capitalização das empresas

O ministro da Economia explicou que o Governo quer encontrar fórmulas “de melhor canalizar as poupanças dos portugueses, captadas através dos seguros de vida e dos fundos de pensões, para o investimento na economia nacional, seja em investimentos de longo prazo (infraestruturas e habitação), seja na capitalização das nossas empresas”.
Harry Murphy/Web Summit
17 Novembro 2021, 12h22

O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, falou na sessão de abertura, da Conferência Anual da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.

Na resposta à pandemia no sentido de mitigar o impacto económico, o ministro salientou o papel do programa de aquisição de ativos do BCE e a sua política monetária; a resposta imediata da Comissão Europeia no sentido de aligeirar as regras dos tratados orçamentais, o que permitiu que os Estados pudessem responder à crise; e a rapidez da mobilização de recursos europeus financiados através da emissão de dívida comum para lançar um programa grande de estímulos económicos, o NextGenerationEU. “Este programa é inédito na sua dimensão e na sua concepção”, defendeu.

“Os próximos tempos serão de profundas transformações”, reconheceu Pedro Siza Vieira.

O ministro acredita que o Programa de Recuperação e Resiliência “vai proporcionar um momento de crescimento económico significativo nos próximos anos” porque a mobilização do investimento público e privado vai dinamizar a procura. “O programa foi articulado em função de prioridades de investimento estratégicas e com o foco na resiliência das sociedades e das economias europeias”, disse Siza Vieira que lembrou que o foco no desafio transformações climáticas e na transição digital são prioridades consensuais.

“Tenho claro que uma economia sólida que proporcione crescimento sustentável, que proporcione um nível de bem estar e de prosperidade correspondente às aspirações de um cidadão europeu tem de assentar em políticas públicas que orientem os nossos recursos e a capacidade produtiva para o crescimento da economia baseada no aumento da produtividade e fundamentada no valor do conhecimento”, disse o ministro da Economia.

Siza Vieira falou da melhoria da qualificação da população portuguesa. “A nossa população abaixo dos 40 anos tem hoje níveis de qualificação ao nível da média da Europa, algo que era impensável há 20 ou 30 anos atrás”, disse.

“Hoje temos uma capacidade internalizada de inovação e produção do conhecimento que também não existia há umas décadas atrás. O investimento que fizemos no último quarto de século na construção de um sistema científico e tecnológico permite hoje em dia, à nossa economia, assentar uma grande parte da produção em bens de valor acrescentado”, acrescentou.

“As nossas exportações cresceram desde 2015, quando eram 30% do PIB (em valor), para quase 45% do PIB em 2019”, disse Siza Vieira que acrescentou que as empresas portuguesas ganharam quota de mercado lá fora. “Há mais empresas a exportar mais produtos para mais mercados”, frisou.

O ministro da Economia disse ainda que “melhorámos a capitalização e a capacidade de gestão das nossas empresas”.

“A autonomia financeira das empresas não financeiras, entre 2015 e 2021, subiu de 30% para 40%”, disse o ministro.

Siza Vieira salientou o papel dos seguros na gestão da poupança dos portuguesas e nas seguradoras como investidoras na economia. “O valor dos ativos sob gestão nas companhias de seguros e fundos de pensões é demasiado significativo para que seja assegurada a forma como se coloca ao serviço do país”, disse o ministro ao mesmo tempo que revelou que o Governo quer encontrar fórmulas “de melhor canalizar as poupanças dos portugueses, captadas através dos seguros de vida e dos fundos de pensões, para o investimento na economia nacional, seja em investimentos de longo prazo (infraestruturas e habitação), seja na capitalização das nossas empresas”.

Pedro Siza Vieira salientou que há um desfasamento entre aquilo que é capacidade de captação de poupança e a disponibilidade de produto para investir.

Os fundos de pensões e as tesourarias das seguradoras são dos maiores investidores institucionais do mundo. O ministro quer que em Portugal as seguradoras e os fundos de pensões sejam investidores institucionais em projetos de construção de infraestruturas e habitação e ainda no aumento do capital das empresas.

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