Skellefteå: a cidade sueca que viu fugir mil pessoas devido à falência da Northvolt

A bancarrota da Northvolt já está a deixar estragos. Skellefteå, na Suécia, com 78 mil habitantes, local escolhido para aquela que deveria ser a maior e mais ‘verde’ fábrica de baterias elétricas da Europa, está a sofrer um êxodo de recursos humanos devido aos problemas da empresa energética, como reporta a BBC.

Tudo parecia estar a correr sobre rodas. Em 2022 a Northvolt abria a fábrica, em Skellefteå, e com esta infraestrutura vieram também os contratos com fabricantes de automóveis como a BMW, Volkswagen e a Scania.

Não foi preciso muito até que o sonho se transformasse num pesadelo. Dívidas avaliadas em 5,8 mil milhões de dólares levaram a que a Northvolt fosse obrigado a declarar falência, em 2024, nos Estados Unidos da América.

Os problemas na empresa levaram a que um quarto da sua força de trabalho tenha sido despedida, incluindo mais de mil funcionários em Skellefteå.

A causa? A descida na procura por veículos elétricos, referiu a BBC.

Norte da Suécia visto como Silicon Valley nórdico

O canal televisivo britânico salienta que o norte da Suécia tem sido classificado como sendo um ‘Silicon Valley nórdico’, face à aposta que tem feito em indústrias viradas para a transição verde, sendo também uma região que tem dado cartas nas áreas da biotecnologia e da energia renovável.

A BBC sublinha que, para além da Northvolt, têm-se destacado empresas como a Stegra, que anteriormente era denominada H2 Green Steel, e a Hybrit, que estão a desenvolver combustíveis livre de componentes fósseis através do uso do hidrogénio.

Apesar da queda da Northvolt, a Suécia tem feito o seu caminho no que diz respeito à área verde, destacando-se face ao atual panorama europeu. A BBC refere, sustentando-se no inquérito Cleantech for Nordics, que, em 2023, registaram-se mais de 200 investimentos em projetos envolvendo tecnologias ‘verdes’. Outro estudo da Dealroom deu conta que 74% do financiamento de capital de risco para startups da Suécia foi para a área da sustentabilidade ambiental ou social, face a uma média europeia que se situa em 35%.