As dívidas vencidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) atingiram os 675 milhões de euros em julho, mais 69,4 milhões de euros do que em junho, revela a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) esta sexta-feira, citando dados da execução orçamental. Já o défice do SNS agrava-se em 302,6 milhões.
Em comunicado, a entidade liderada por António Saraiva fez saber que os pagamentos em atraso do SNS, relativos a dívidas com mais de 90 dias, já aumentou 525 milhões de euros desde o início do ano. A CIP sublinha que o SNS “continua fortemente deficitário e que o seu funcionamento diário é cada vez mais suportado pelos fornecedores”, temendo os efeitos do valor total da dívida do SNS.
A CIP adianta que a gestão financeira e orçamental do SNS está a levar o Estado a violar “a lei relativa aos prazos de pagamento sendo que a situação financeira do SNS é totalmente anómala no âmbito das administrações públicas e tem vindo a agravar-se”.
“Há um ano a saúde representava 50% dos pagamentos em atraso e em julho de 2021 representa 74,4% dos pagamentos em atraso de todas as administrações públicas (que incluem também a administração local e a administração regional)”, lê-se.
“A execução orçamental do SNS relativa a julho de 2021 aponta para uma aceleração do aumento da despesa corrente para 10% face ao período homólogo, bastante impulsionada pelo aumento das despesas com pessoal (+9,7%) relativas a novas contratações e ao aumento dos encargos com suplementos remuneratórios, em especial com trabalho extraordinário realizado no âmbito do combate à Covid-19”, acrescenta o comunicado.
O Estado aumentou o financiamento do Orçamento do Estado para o SNS, recentemente, mas, para a CIP, isso não resolve o problema, quando “o défice do SNS até junho cifrou-se em 142,6 milhões de euros, representando uma deterioração de 302,6 milhões face ao período homólogo”.
Por outro lado, a confederação patronal diz que se continua registar um corte no SNS. “Nos primeiros sete meses de 2021 o investimento do SNS retraiu-se mais de 27%. Este forte desinvestimento no SNS é muito preocupante porque fragiliza a oferta de cuidados de saúde, mas também porque coloca legítimas dúvidas sobre a aplicação da ‘bazuca’ [fundos com origem no Plano de Recuperação e Resiliência, ou PRR]”, lê-se.
Segundo a leitura da CIP, a execução do orçamento de investimento do SNS, em sete meses, “não ultrapassou os 34%”, o que impõe o “acautelar de que forma os 1.308 milhões de euros previstos no PRR para a saúde são devidamente aplicados em prol da resiliência e sustentabilidade do sistema de saúde”.
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