Esta quinta-feira, a Euronext anunciou que o PSI-20 deixará cair o ’20’ e que deixará de ter um número mínimo de cotadas. Mas também anunciou que a metodologia do índice da bolsa de Lisboa será ajustada “para melhorar a liquidez e a eficiência do índice e para melhor atender às necessidades dos utilizadores do índice”. As novas regras e designação entrarão em vigor a partir de março de 2022, por ocasião da revisão anual do índice.
A mudança que terá mais impacto no atual PSI-20 é a determinação de uma dimensão mínima para as empresas entrarem no índice aquando das revisões anuais e trimestrais. Para integrarem o futuro PSI (sem 20) as empresas cotadas terão de ter uma capitalização de mercado em free float de 100 milhões de euros. Ora, fomos analisar o free float das atuais cotadas que compõem o índice, e de acordo com dados da BA&N Research Unit e Business Insider, apenas 14 das atuais 18 cotadas portuguesas que compõem o índice cumprem aquele requisito.
Portanto, se fosse hoje, e com valores apurados de capitalização bolsista do free float a 31 de junho deste ano, só 14 empresas integravam o índice PSI.
Das 14, quatro são do sector da energia – EDP, EDP Renováveis, Galp e REN; duas são da área do Retalho – Sonae e Jerónimo Martins; e quatro são do sector da floresta, pasta e papel – Navigator, Semapa, Altri e Corticeira Amorim. No sector financeiro só há uma cotada, o BCP (e os CTT – Correios de Portugal estão expostos ao sector financeiro pela via do Banco CTT).
Quem é que ficaria de fora, se a aplicação deste requisito fosse feita já? Ibersol, Novabase, Ramada e Pharol.
Entretanto, ainda antes das novas regras que serão implementadas em 2022, são esperadas alterações na composição do (ainda) PSI-20, com a entrada da Greenvolt que realizou recentemente a sua estreia em bolsa. A entrada da empresa liderada por João Manso Neto não implica a saída de nenhum título porque o PSI-20 só tem 18 cotadas e o máximo é de 20 (este limite máximo não será alterado).
“Estas modificações resultam de um amplo processo de consulta pública aberto a todos os stakeholders incluindo utilizadores portugueses e internacionais do índice, e que se realizou com o objetivo de determinar o melhor resultado para todos os participantes do mercado e stakeholders”, refere a Euronext.
O novo nome e as mudanças na metodologia visam aumentar a atratividade do índice, melhorando sua qualidade e consequentemente a confiança dos investidores. O PSI continuará a ser o indicador de referência do desempenho das empresas líderes cotadas no mercado português.
A Euronext admite que estão a ajustar o índice ao tamanho do mercado, e que esperam que o índice com as novas regras possa vir a ter 20 cotadas. “A regra que permite um máximo de 20 constituintes como parte do índice não será alterada, portanto, não estamos a retirar a possibilidade de termos 20 empresas no índice”, diz a Euronext num documento enviado ao Jornal Económico.
“Os valores históricos continuarão”, diz a Euronext que acrescenta que mantém a referência dos 3.000 pontos do dia 1 de janeiro de 1993.
Free float do PSI-20 em % e em valor (30 de junho de 2021)
% de Free float | Free float (euros) | |
Altri | 30,20% | 324.616.768 |
BCP | 50,55% | 1.031.416.459 |
Corticeira Amorim | 28,59% | 403.061.420 |
CTT | 62,68% | 453.176.400 |
EDP | 69,69% | 12.353.663.445 |
EDP Renováveis | 25,02% | 4.264.634.352 |
Galp | 63,63% | 4.490.851.479 |
Ibersol | 32,13% | 69.400.800 |
Jerónimo Martins | 38,82% | 3.757.205.239 |
Mota-Engil | 24,60% | 105.502.703 |
Nos | 39,80% | 606.081.182 |
Novabase | 26,44% | 34.538.519 |
Pharol | 66,70% | 60.395.358 |
Ramada | 22,63% | 34.583.867 |
REN | 57,41% | 896.300.738 |
Semapa | 15,47% | 144.331.944 |
Sonae | 39,83% | 637.280.000 |
Navigator | 29,14% | 602.567.119 |
Fonte: BA&N Research Unit e Business Insider
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