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Sobre o eterno amor entre os argentinos e o peronismo

A aventura ‘modernista’ de Mauricio Macri parece ter os dias contados. Mas a vizinhança liberal está a fazer tudo para reverter as primárias.
19 Agosto 2019, 07h42

Bem antes de a palavra ‘populismo’ ter entrado no léxico corrente do discurso político ocidental, o casal argentino Eva e Juan Peron (que chegou ao poder em 1946 e aparentemente nunca mais de lá saiu) ensaiou na prática aquilo que em teoria ainda não está totalmente definido. Misturando política, intimidade, lágrimas, economia e uma forma ao mesmo tempo complexa mas razoavelmente bem sucedida de justiça social redistributiva – sem nunca ter impedido que o capital internacional se remunerasse principescamente no interior das fronteiras – o peronismo foi, no quadro histórico dificilmente repetível em que sucedeu, a quadratura do círculo por que os argentinos se apaixonaram para sempre.

Não é por isso de admirar que essa espécie de paternalismo elevado à condição de regime político exerça uma inexplicável (porque nunca repetida em qualquer outra parte do mundo) atração sobre os argentinos, que sazonalmente voltam a lançar-se nos seus braços, como só se faz aos amores antigos – por muito que entretanto eles e as suas circunstâncias tenham irreversivelmente mudado.

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