James Bond não rima com Aston Martin. Mas no cinema o desportivo de luxo confunde-se com o charme e a irreverência do espião dos Serviços Secretos de Informação de Sua Majestade, também conhecidos como MI6. No pequeno ecrã, a atriz Débora Monteiro entra no KIA onde João e Lisete se encontram pela primeira vez. Bem-disposta, coloca o cinto de segurança e diz aos participantes do programa “O Carro do Amor”, da SIC, que estão “com um sorriso ótimo”. Esta foi apenas uma das 571 inserções dos carros da marca sul-coreana no programa de encontros daquele canal de televisão generalista.
Entre janeiro e junho de 2019, foram 52 as marcas de automóveis que apostaram no soft sponsoring para comunicarem com o mercado nacional. Segundo a análise do Grupo Marktest a que o Jornal Económico teve acesso, os modelos de automóveis de diversos segmentos apareceram em mais de 250 programas de informação, entretenimento ou ficção, num total de 20 horas, seis minutos e 56 segundos de exposição que lhes valeram mais de 65 milhões de euros em retorno financeiro, calculado com base nos preços de tabela publicitária de cada meio.
O soft sponsoring é uma estratégia de marketing com a qual as marcas integram produtos ou serviços em determinado conteúdo de entretenimento, como um filme, uma novela ou um reality show, entre outros. “É uma forma alternativa de comunicar e permite impactar o consumidor num momento em que está com elevada predisposição para assimilar a comunicação da marca”, explica Luís Mergulhão, CEO da Omnicom Media Group, empresa especializada em marketing e publicidade.
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