Apesar da Spinumviva, empresa familiar que pertence a Luís Montenegro, prestar serviços à Solverde no âmbito do tratamento de dados pessoais, é possível verificar que a Política de Privacidade e Cookies do site da Solverde do site não é revista desde setembro de 2020, de acordo com informação que consta no próprio site da Solverde. Refira-se que a avença mensal de 4.500 euros paga pela Solverde à Spinumviva teve início em julho de 2021.
Tal como a própria Solverde refere nesse documento, que pode ser lido a partir do momento em que se entra na página solverde.pt, a Política de Privacidade e Cookies tem como objetivo a utilização e proteção das informações que são fornecidas pelo jogador no momento do seu registo, assim como as informações que são recolhidas pela Solverde aquando da sua navegação no Site ou interação com o Serviço de Apoio ao Cliente.
No ponto nove da Política de Privacidade e Cookies, referente à lei aplicável e jurisdição competente, é possível ler que esta “é regulada pela legislação europeia e portuguesa em matéria de tratamento de dados pessoais. Apenas as jurisdições portuguesas terão competência para resolver qualquer conflito relativo à interpretação ou à execução desta política”. E que a data da última revisão da Política de Privacidade é de 15 de Setembro de 2020.
O JE questionou a Solverde relativamente a esta situação mas até ao fecho de edição, não foi possível obter mais esclarecimentos relativamente a este tema.
Refira-se que após a notícia do “Expresso”, que revelou que a empresa Spinumviva recebia da Solverde uma avença mensal de 4.500 euros por mês desde julho de 2021, a empresa da família de Luís Montenegro emitiu um comunicado em que detalhou os serviços prestados aos seus clientes:
De acordo com o semanário, este contrato de consultoria e gestão de proteção de dados está em vigor desde julho de 2021 e é uma das fatias mais importantes das receitas mensais da Spinumviva: cerca de um terço dessas receitas.
Luís Montenegro terá defendido a Solverde nas negociações com Estado, chefiado na altura por António Costa, para definir a atribuição de compensações nos negócios dos casinos devido à pandemia, avançou esta quinta-feira o “Correio da Manhã”. Recorde-se que a Solverde detém atualmente as concessões do jogo nos casinos do Algarve e de Espinho.
O “CM” questionou o gabinete do primeiro-ministro sobre a natureza da intervenção de Luís Montenegro neste processo sendo que a Solverde esclareceu que o atual chefe de Governo prestou assessoria jurídica no processo negocial com o Estado
Na sequência destas negociações, a Solverde e o Governo assinaram aditamentos aos contratos de concessão relativos à exploração do jogo nos casinos do Algarve e de Espinho. Esses aditamentos foram assinados a 10 de março de 2022, a três meses de Luís Montenegro assumir a liderança do PSD. Fruto desse acordo, a concessão foi prolongada até ao final deste ano, após avaliação do reequilíbrio económico e financeiro face à pandemia.
Já em relação à ação interposta pela Solverde contra o Estado, devido ao prejuízo causado pela crise financeira de 2008 e em que foi reclamado o pagamento de 15,5 milhões de euros, o gabinete do primeiro-ministro nega que tivesse qualquer intervenção nesse processo.
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