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Sonae Indústria reduz lucros para os 11 milhões de euros

Paulo Azevedo considera o ano globalmente positivo, mas marcado por fatores que pesaram negativamente no desenvolvimento do grupo. O primeiro e o segundo semestre foram contrastantes.
27 Março 2019, 22h53

A Sonae Indústria atingiu no final do exercício de 2018 um resultado líquido de 11 milhões de euros – que comparam com os 15,3 milhões atingidos em 2017, menos 28% – e um EBITDA recorrente de 26,7 milhões de euros – num período em que a dívida líquida proporcional se fixou nos 279,5 milhões (com a redução da dívida líquida face a 2017 de 12,8 milhões de euros, para os 195,8 milhões de euros).

O período em referência ficou ainda marcado, segundo comunicado do grupo à CMVM, pelo lançamento da nova marca Surforma para o negócio de laminados, pela conclusão do investimento numa nova prensa contínua de painéis de fibras de média densidade na fábrica de Mangualde e pelo início do investimento numa nova prensa contínua de aglomerado de partículas na fábrica de Beeskow, na Alemanha.

Paulo Azevedo, presidente da Sonae Indústria, afirmou, citado pelo comunicado, que “os resultados da Sonae Indústria em 2018 foram marcados por um contraste acentuado entre a primeira e a segunda metade do ano. Apesar do segundo semestre do ano ter sido mais desafiante, a Sonae Indústria apresentou resultados líquidos consolidados positivos pelo terceiro ano consecutivo”.

Os resultados proporcionais, “que consideram a nossa participação de 50% na Sonae Arauco, refletem menores contributos dos nossos dois negócios principais no segundo semestre, levando a um EBITDA recorrente proporcional de cerca de 73,6 milhões de euros, com uma margem de 12%”. A estrutura de capital melhorou em 2018 devido, simultaneamente, a uma redução da dívida líquida e a uma melhoria dos capitais próprios.

O desempenho do negócio da América do Norte, em 2018, “ficou abaixo das nossas expectativas, essencialmente devido a custos variáveis mais elevados, mas também a um maior tempo de inatividade na produção de aglomerado de partículas. O aumento dos custos variáveis incluiu custos de transportes mais elevados (tanto no abastecimento como na venda), custos de manutenção mais elevados e maiores custos de energia térmica”.

A Tafisa Canada refinanciou a sua principal linha de crédito, aumentando o seu montante, alongando o perfil de maturidade “e obtendo maior flexibilidade para suportar a execução da sua estratégia”.

Em relação aos ativos integralmente detidos, “é importante referir que, em 2018, fizemos progressos na venda de imóveis e equipamentos das unidades inativas que totalizaram cerca de 7 milhões de euros. Este resultado contribuiu positivamente não só para a redução da dívida líquida em 2018, como também nos permitirá, a partir de 2019, reduzir os custos correntes das nossas unidades inativas”.

No que diz respeito à Sonae Arauco, “2018 foi um ano desafiante com resultados contrastantes entre a primeira e a segunda metade do ano. Na primeira metade vivenciámos boas condições na maioria dos mercados onde operamos e a Sonae Arauco apresentou um conjunto sólido de resultados com um EBITDA recorrente superior face ao primeiro semestre de 2017. Durante este período, as nossas fábricas em Mangualde e Oliveira do Hospital, gravemente afetadas pelos incêndios florestais em outubro de 2017, tornaram-se novamente operacionais”.

No entanto, a segunda metade de 2018 foi marcada por um ambiente de negócios mais difícil. “Na Península Ibérica, isto coincidiu com a reentrada no mercado da capacidade das nossas duas fábricas portuguesas e com a entrada de capacidade adicional por parte dos nossos concorrentes. Na Alemanha, a Sonae Arauco enfrentou condições de mercado mais difíceis na segunda metade de 2018”.

Durante o ano de 2018, progrediu a execução do plano de investimento industrial da Sonae Arauco, que vai continuar em 2019. “Este plano tem como objetivo criar um negócio mais competitivo e sustentável, produzindo melhores produtos, criando oportunidades de mercado nomeadamente em segmentos de maior valor acrescentado, e melhorando a competitividade das nossas unidades industriais”.

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