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Sonangol admite vender participação no BCP se surgir uma “boa oportunidade”

Em entrevista à Reuters, o presidente executivo da petrolífera estatal angolana admitiu, além da venda, a possibilidade de avaliar fusões com outros bancos em Portugal. A Sonangol é a segunda maior acionista do banco português.
2 Dezembro 2020, 10h40

A Sonangol admite vender a sua participação no Millenium BCP, disse o seu presidente executivo em entrevista à Reuters.

“No caso do Millennium bcp estamos a monitorar o seu desempenho. Se se apresentar uma boa oportunidade para desinvestimento, iremos avaliá-la e fazer as recomendações que se afigurarem as mais acertadas para o contexto e necessidades da Sonangol”, disse Sebastião Gaspar Martins na entrevista à agência noticiosa internacional.

“A Sonangol está a acompanhar os movimentos eventuais de consolidação bancária em Portugal e, caso surja alguma oportunidade, o assunto será avaliado com os outros parceiros investidores no Millennium bcp”, afirmou o gestor.

A petrolífera estatal angolana detém 19,49% do BCP, sendo o maior acionista depois dos chineses do grupo Fosun com 29,01%.

O BCP está a valorizar 0,25% para os 0,1193 euros na bolsa de Lisboa esta quarta-feira.

Por outro lado, o líder da Sonangol afastou a possibilidade de vender a sua participação na Galp. Na petrolífera portuguesa a intenção é “definitivamente manter” a atual posição.

O maior acionista da Galp é a Amorim Energia, sociedade detida em 35% pela Power, Oil & Gas Investments e em 20% pela Amorim Investimentos Energéticos, ambas controladas pela família Amorim, e em 45% pela Esperaza Holding controlada pela Sonangol.

Na entrevista, o presidente da Sonangol também exortou a Galp a investir mais em Angola, tanto na produção de petróleo (upstream), como na venda a retalho de combustíveis (downstream).

Na entrevista, Sebastião Gaspar Martins  disse que a empresa está em vias de vender o edifício que possui na Avenida da República, assim como um hotel e centro de convenções em Luanda.

Mas há mais alienações a caminho, como nas empresas petrolíferas estatais de Cabo Verde, Costa do Marfim e São Tomé e Príncipe.

O líder da petrolífera angolana apontou que o processo de vendas de ativos congelou em 2020 devido à pandemia mundial da Covid-19, esperando uma aceleração em 2021.

“Tendo em conta a desaceleração económica mundial, os investidores estão mais conservadores. A dinâmica de negócio e a forma como as pessoas se relacionavam, no ambiente de negócios, também mudaram e houve a necessidade de serem feitos ajustes que levam o seu tempo”, afirmou Sebastião Gaspar Martins que apontou que no próximo ano espera vender 39 dos 56 ativos que estão à venda. Até agora, as vendas renderam 60 milhões de dólares à Sonangol (quase 50 milhões de euros).

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