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Sondagem Aximage: Maioria julga que António Costa sabia o que se passou em Tancos

Parte considerável dos eleitores também têm a impressão de que Marcelo Rebelo de Sousa também estava ao corrente daquilo que se estava a passar. PSD terá sido o partido mais beneficiado com o “caso de Tancos” e o PS o mais prejudicado nas urnas.
14 Outubro 2019, 07h50

Mais de metade dos entrevistados numa sondagem da Aximage para o Jornal Económico acreditam que o primeiro-ministro António Costa teve conhecimento dos factos relacionados com a recuperação das armas furtadas dos Paióis Nacionais de Tancos. E quase três em cada dez pensam que também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve ao corrente dessas peripécias, que terão envolvido uma encenação.

Segundo a sondagem “Os efeitos do caso Tancos no voto dos portugueses”, realizada pela Aximage entre 26 de setembro e 2 de outubro, poucos dias antes das eleições legislativas, 50,8% dos eleitores consideravam que António Costa teve conhecimento do que estava a ocorrer, enquanto 32,9% julgavam que nada sabia e 16,3% não tinham opinião.

No que toca ao Presidente da República, 28,7% pensavam que Marcelo Rebelo de Sousa tomou conhecimento dos factos relacionados com a recuperação das armas, enquanto 55,3% julgavam que não e 16% não tinham qualquer opinião.

Foram os entrevistados que pretendiam votar PAN aqueles que mais acreditaram no conhecimento por parte do primeiro-ministro (80,3%), seguindo-se os eleitores do PSD (75,4%) e só depois os do CDS-PP (64,3%). No extremo oposto, apenas 23,5% dos eleitores socialistas indicaram crença no conhecimento de Costa, bem como 41,9% dos comunistas e 42,7% dos bloquistas.

Quanto ao conhecimento por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, destacavam-se os eleitores do PAN (38,7%), CDS-PP (34,3%) e Bloco de Esquerda (30,2%) entre aqueles que mais ficaram com essa impressão, ao contrário dos comunistas (29,2%), sociais-democratas (28,2%) e sobretudo dos socialistas (18,8%).

Tal como o Jornal Económico já noticiou, cerca de metade dos entrevistados consideraram que o “caso de Tancos” viria a ter uma influência muito grande ou grande (26%) ou pequena e muito pequena (23%) no resultado das eleições legislativas. E daqueles que viam influência era muito claro quais seriam os partidos beneficiados (o PSD, para 63,8%, e o Bloco de Esquerda, para 14,3%), bem como o grande prejudicado, que para 81,1% desses eleitores seria o PS.

O peso relativo daqueles que apontavam influência muito grande ou grande aos acontecimentos nos Paióis Nacionais de Tancos era maior entre os eleitores da CDU (37,1%) e PSD (34,8%). Nos antípodas estavam aqueles que diziam ir votar no PS (16,5%) e no CDS-PP (20,4%).

FICHA TÉCNICA

Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal.

Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando idade e região, a partir do universo conhecido, reequilibrada por habitat (3), género (2), escolaridade (2), e voto anterior. A amostra teve 2171 entrevistas efetivas: 1634 entrevistas CAWI e 537 entrevistas CATI; 561 entre os 18 e os 34 anos, 620 entre os 35 e os 49 anos, 515 entre os 50 e os 64 anos e 475 para os 65 e mais anos; Interior Norte e Centro 190, Litoral Norte 291; Área Metropolitana do Porto 378; Litoral Centro 415; Área Metropolitana de Lisboa 600; Sul e Ilhas 297.

Técnica: Aplicação online – CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) – de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos; entrevistas telefónicas – metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao sub-universo utilizado pela AXIMAGE nos seus estudos políticos, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 65 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 26 de setembro e 2 de outubro de 2019. A taxa de resposta obtida através do método CATI foi de 67,6%.

Erro probabilístico: O processo amostral, não sendo aleatório, implica a não indicação do erro probabilístico. Contudo, para efeitos de comparação, para uma amostra probabilística com 2171 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,010 (ou seja, uma “margem de erro” – a 95% – de 2,10%).

Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de João Queiroz.

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