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Spotify compra dois gigantes dos podcasts

A plataforma de streaming musical comprou a produtora Gimlet Media e a distribuidora Anchor por cerca de 200 milhões de euros.
7 Fevereiro 2019, 07h49

O Spotify adquiriu dois gigantes do mundo dos podcasts, a Gimlet e a Anchor. A empresa de streaming de áudio acredita que, no futuro, 20% dos seus clientes não vai usar a plataforma para ouvir música e não quer ficar para trás na corrida.

“Os consumidores gastam sensivelmente a mesma quantidade tempo em vídeo ou em áudio. O mercado do vídeo é de mil milhões de dólares. Já a indústria da música e da rádio é de cerca de 100 mil milhões de dólares. E volto sempre à mesma pergunta: são os teus olhos 10 vezes mais valiosos que os teus ouvidos? Acredito firmemente que não”, disse Daniel EK, co-fundador da empresa.

E essa oportunidade começa com o podcasting. “Há inúmeras formas de contar uma história para entreter, educar, desafiar, inspirar, para nos unir e quebrar barreiras culturais. O formato é muito envolvente, e apesar de o podcasting ser um negócio relativamente pequeno hoje, vejo um potencial incrível de crescimento para a área e para o Spotify em particular”.

Como nasceu o Spotify?

Daniel Ek, CEO do Spotify, é apaixonado por tecnologia. Essa mesma paixão foi bem demonstrada aos 14 anos, quando fundou a sua primeira empresa. No final dos anos 90, Daniel começava a ganhar dinheiro a partir da construção de websites. No entanto, uma dúvida não lhe saía da cabeça. Como convencer as pessoas a pagar por música quando a podem descarregar gratuitamente, ainda que de forma ilegal?

Na altura em que fazer ‘download’ ilegal de músicas se começou a tornar uma prática constante, Daniel Ek descobriu a resposta: um sistema baseado em cloud que tornasse possível o acesso a milhões de músicas e de forma legal.

O sistema podia ser suportado por subscritores pagos, com acesso a algumas vantagens. Ainda assim, aqueles que não pudessem pagar poderiam aceder à música gratuitamente, ainda que condicionados por anúncios publicitários. A fórmula resultou em cheio.

Já Martin Lorentzon tem no currículo passagens pela Altavista, Cell Ventures e NetStrategy. Os dois empresários conheceram-se em 1999 e, após a criação do Spotify, Lorentzon ficou com as responsabilidades de implementar a estratégia, estabelecer objetivos e controlar o orçamento da companhia.

Com mais de 71 milhões de subscritores pagos, o Spotify é o serviço de streaming de música mais utilizado em todo o mundo. Em junho de 2017, tinha avançado que o total de utilizadores era superior a 140 milhões. A empresa de transmissão online de música é 9% detida por Daniel e 12% nas mãos de Martin.

Em 2016, Daniel Ek e Martin Lorentzon avisaram que a empresa sueca fundada em 2006 pode vir a sair do país caso as autoridades não se empenhem em tornar o ambiente mais favorável para as empresas tecnológicas. “Temos de agir ou seremos ultrapassados!”, foi este o título da carta aberta dos fundadores do Spotify. As queixas da empresa estavam relacionadas com o mercado imobiliário, a educação e as opções de acções.

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