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Startup Impress levanta 5 milhões de euros e prepara abertura de mais clínicas em Portugal

A ronda de financiamento da empresa de ortodontia invisível contou com os portugueses da Bynd Venture Capital, os ucranianos da TA Ventures, o braço de investimento de capital de risco do Sabadell e outros investidores europeus.
9 Novembro 2020, 18h10

A startup espanhola-alemã Impress, que opera no mercado da ortodontia invisível (vulgarmente conhecido como aparelhos de dentes transparentes) já investiu um milhão de euros em Portugal e prepara-se para abrir uma nova clínica em Lisboa, depois de ter fechado uma ronda de financiamento de 5 milhões de euros na qual participaram os portugueses da Bynd Venture Capital (VC), os ucranianos da TA Ventures e o braço de investimento de capital de risco do banco Sabadell.

Mais do que uma empresa de saúde oral, a Impress é uma tecnológica, pois dedica-se à digitalização da ortodontia invisível e faz o acompanhamento dos utentes através de uma app. Nos últimos oito meses, desde que a pandemia atingiu o país, a startup manteve os tratamentos através de soluções de telemedicina (serviço de teleconsulta).

“Eu pensava que o dentista e o ortodontista eram semelhantes, mas não. Porquê? Os ortodontistas são as pessoas que de facto movimentam os dentes e aprendem como fazê-lo. O que fazemos aqui é mostrar às pessoas como é que isso acontece, como é que ficará o sorriso delas através de um ecrã de computador” – Diliara Lupenko

A paixão do trio de fundadores – Diliara Lupenko, Vladimir Lupenko e Khaled Kasam – é “mudar a forma como funcionam as clínicas” dentárias. A Impress, fundada em Barcelona em março de 2019, pretende agora expandir a sua presença na Europa, incluindo em Portugal, onde conta com clínicas em três cidades (Lisboa, Porto e Braga) e prevê a abertura de mais dez.

“Muita coisa mudou, mas a ortodontia não. Desde o final do século XIX que muita gente ainda vai ao dentista, põe aparelho e fica com a boca cheia de metal. Há tecnologias no mercado, mas mais do que disponibilizar tecnologia queremos oferecer novas experiências. Queremos alterar um bocadinho a forma como se olha para o médico e comunica com ele, como se a pessoa se sente. Há tanta maneira de fazer um tratamento melhor”, diz ao Jornal Económico (JE), Diliara Lupenko, cofundadora e Chief Operating Officer (COO) da Impress.

A COO, que fundou o negócio com outro empreendedor e um especialista em saúde oral, explica que o tratamento demora, em média, sete meses e tem um acompanhamento presencial e online, através uma aplicação móvel na qual os utentes enviam feedback ao médico antes de mudarem os alinhadores (i.e. os aparelhos transparentes, porque uma correção dentária com esta solução requer uma série de alinhadores).

Já em fevereiro a Bynd VC havia investido nesta startup, através do seu fundo de 10 milhões de euros lançado há exatamente um ano, e reforçou agora a sua participação por confiar nesta equipa e no negócio por ela desenvolvido.

“Vemos que há um grande potencial de mercado, cujo valor se espera que duplique, no espaço de oito anos, e, dentro da especialidade de alinhadores invisíveis, as previsões apontam para que cresça quatro vezes mais. Este potencial é justificado pela evolução da especialidade, na qual se assiste a uma gradual substituição dos aparelhos dentários mais tradicionais por este tipo de soluções, caracterizadas por serem seguras, convenientes, confortáveis, esteticamente apelativas e com um custo justo”, garante Francisco Ferreira Pinto, diretor executivo da Bynd VC.

Os preços destes ‘aparelhos invisíveis’ variam entre os 1.975 euros e os 2.975 euros (tratamento e consultas).

A sociedade de capital de risco portuguesa não vê estes tratamentos ortodônticos como “um luxo” mas, pelo contrário, como “uma necessidade para muitos paciente”. “O preço e as condições de pagamento em prestações oferecidas pela Impress estão também adaptadas a um cenário de maior incerteza e alinhadas com os atuais requisitos do mercado”, refere o investidor ao JE.

Para Diliara Lupenko, quando a pessoa tem uma opção de um tratamento que também se foca na estética e tende a ser menos moroso não a desperdiça. “E mesmo quem não pensou na ortodontia pondera fazer o investimento no sorriso. As pessoas sentem-se mais confiantes. É tudo uma questão de bem-estar”, afirma, na entrevista telefónica.

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