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Startups da ourivesaria têm a vida facilitada com nova “oficina co-work”

A Associação Nacional de Jovens Empresários e a Câmara de Gondomar uniram-se para facilitar o acesso dos ourives empreendedores a instrumentos para começarem o negócio. “Há vários jovens e ideias frescas prontos para por mãos à obra, precisam apenas de um apoio inicial. O investimento para entrar no setor é muito elevado, a aquisição das ferramentas mais básicas rondará os 50 mil euros”, diz ao Jornal Económico Francisco Mendes, diretor da ANJE.
18 Abril 2019, 11h15

Ser um ourives empreendedor (ou um empreendedor que quer ser um ourives) pode não ser tão fácil e financeiramente acessível quanto começar uma pequena empresa tecnológica, por exemplo. Mas, para não se correr o risco de só se recorrer às ourivesarias nas vésperas de cerimónias especiais, estes estabelecimentos comerciais também precisam de refrescar as suas estratégias e renovar os modelos de negócio.

A pensar neste problema, a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e a Câmara Municipal de Gondomar (CMG) criaram um espaço de co-work dedicado a estes profissionais, para que tenham acesso a materiais essenciais para iniciar a sua atividade: uma oficina de ourivesaria partilhada.

O objetivo passa por reduzir os custos associados ao arranque de uma empresa desta natureza. “O investimento inicial para entrar no sector da ourivesaria é muito elevado. A aquisição das ferramentas mais básicas rondará os 50 mil euros. Esta oficina visa mitigar esse investimento”, explica Francisco Mendes, diretor da ANJE, ao Jornal Económico.

Assim, a associação e a autarquia encarregam-se de disponibilizar, por exemplo, forjas, limas, serras, maçaricos ou polidores, bem como mentoria e orientação financeira e de implementação do plano de negócio. Integradas no centro de incubação e aceleração Goldpark de Gondomar, estas oficinas de ourivesaria podem ser arrendadas por 47,5 euros mensais (a tempo inteiro ou parcial).

Segundo o responsável da ANJE, os empresários que optem por se estabelecer nestas oficinas beneficiam de maiores hipóteses de networking “e uma maior proximidade de parceiros e fornecedores essenciais para o setor, dado que o concelho tem uma forte ligação à ourivesaria e é responsável por cerca de 80% da filigrana a nível nacional”.

Desde que foi inaugurado, no início da semana passada, este novo espaço já viu reservados quatro lugares. “Esta oficina partilhada está preparada para receber 12 pessoas em simultâneo. Como os empreendedores podem usar o espaço ao dia, à semana e ao mês, o número in loco acabará por ser volátil”, explica Francisco Mendes. O Goldpark, na “capital da ourivesaria” – pois representa cerca de 60% da produção do setor –, tem também outros co-works, espaços comerciais de incubação e um showroom.

A ANJE gere uma rede de 11 centros incubação nacionais que representa um investimento global de 8,8 milhões de euros e conta com 279 empresas incubadas, mas só neste município do distrito do Porto tem seis startups apoiadas na área da ourivesaria. Para este dirigente associativo, a ourivesaria/joalharia portuguesa tem vindo a apostar nas exportações nos últimos anos –em 2016 atingiram 71 milhões de euros – e a indústria está aberta à inovação, uma vez que há jovens com “ideias frescas”, “prontos para por mãos à obra” e à espera de um ‘empurrão’.

“Além da vertente prática, onde vemos cada vez mais empresas a usar, por exemplo, prototipagem 3D, há, também, vários jovens a entrar no mercado através de formações e cursos promovidos em parceria com o CINDOR – Centro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e Relojoaria”, exemplifica, em declarações ao semanário.

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