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Subida da margem financeira ajuda receita do Banco CTT que cresce 20% até setembro

“O crescimento dos rendimentos contou com a performance positiva da margem financeira, que atingiu 72,1 milhões até setembro a subir +34,8% num ano”, segundo os CTT.
2 Novembro 2023, 18h53

Os rendimentos operacionais do Banco CTT atingiram 108,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa uma subida de 20,1% face ao período homólogo do ano anterior.

“O crescimento dos rendimentos contou com a performance positiva da margem financeira, que atingiu 72,1 milhões até setembro a subir +34,8% num ano. Os juros recebidos aumentaram 35,8 milhões de euros face aos nove meses do ano passado, beneficiando da subida de taxas de juro e do crescimento de volume. Já os juros pagos aumentaram 17,2 milhões devido ao aumento das taxas de remuneração dos depósitos dos clientes e securitizações de crédito automóvel”.

O Banco CTT detalha que os juros recebidos do crédito automóvel atingiram 38,9 milhões nos nove meses  (+18,0%), ascendendo a uma carteira líquida de imparidades de 839,4 milhões (+10,4% face a dezembro de 2022).

A produção de crédito automóvel situou-se em 203,9 milhões de euros até setembro (+5,7%).

Já a carteira de crédito ao consumo do cartão Universo gerou rendimentos de 16,5 milhões de euros no acumulado do ano subindo 1,2%, com um volume de balanço líquido de imparidades de 285,9 milhões nos nove meses (-19,2% face a dezembro de 2022). “A redução progressiva da carteira da parceria com o seu término previsto até 31 de dezembro de 2023, face ao contexto económico atual em particular de taxas juro e do custo do risco associado, permitirá melhorar o perfil de risco e fortalecer o balanço e solvabilidade do Banco CTT aumentando a sua flexibilidade”.

Os juros recebidos de crédito à habitação situaram-se em 15,7 milhões até setembro (+392,1% face ao mesmo período do ano passado), tendo em conta que as taxas Euribor foram significativamente mais altas face ao período homólogo, revela o banco.

As taxas de referência do crédito habitação refletiram um forte crescimento em resultado da subida das taxas de juro diretoras definidas pelo Banco Central Europeu (BCE), devido ao aumento da inflação na zona euro. A carteira de crédito habitação líquida de imparidades ascendeu a 704,6 milhões nos nove meses (+7,0% face a dezembro de 2022).

A produção de crédito à habitação situou-se em 149,2 milhões de euros subindo 42,4%.

“De destacar ainda os outros juros recebidos, que registaram um aumento de 13,7 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior, para o qual contribuiu essencialmente o excedente de liquidez no Banco de Portugal”, explica a instituição.

As comissões recebidas desta área de negócio atingiram os 34 milhões de euros, crescendo 1,5%. Destacam-se como contribuições positivas as comissões recebidas de contas e cartões, que ascenderam a 9,3 milhões (+1,2%), as comissões dos pagamentos, que ascenderam a 14,1 milhões (+2,1%) e as comissões dos seguros, que ascenderam a 2,4 milhões (+15,1%).

“Em termos de comportamentos menos favoráveis nos nove meses do ano, fruto do contexto económico atual, verificou-se uma retração das comissões recebidas dos produtos de poupança (off-balance) que ascenderam a 3,4 milhões de euros, do crédito à habitação no montante de 300 mil euros (-19,7%), e dos créditos ao consumo (off-balance) no montante de 1,8 milhões ( -10,6%)”.

Os depósitos de clientes (consolidado Banco CTT) situaram-se em 2.733,2 milhões em setembro de 2023 (+19,9% face a dezembro de 2022), com um aumento de 109,1% dos depósitos remunerados e uma redução de 14,7% dos depósitos à ordem, face a dezembro de 2022. O número de contas foi de 637 mil  (mais 35 mil do que em dezembro de 2022), detalham os CTT.

O banco dos correios diz que o rácio de transformação ascendeu a 66% no final de setembro.

Já sobre a qualidade da carteira de crédito, o banco revela que o custo do risco (consolidado e acumulado a setembro de 2023) situou-se em 1,3%, reduzindo 0,2 p.p. face a dezembro 2022, “influenciado por níveis maiores de risco nas carteiras de crédito ao consumo, em particular com o cartão Universo”.

“Assim, o Banco CTT encontra-se bem posicionado para atingir os objetivos de 2025, divulgados no recente Reverse Roadshow”, diz a empresa que lembra que as metas passam por atingir 700 mil a 750 mil contas abertas (face às 637 mil em setembro); crescer em recursos captados e em crédito concedido para um volume de negócio acima dos 7.000 milhões (face aos 5.300 milhões  no final do 3º trimestre); melhorar a rendibilidade, com resultados antes de impostos entre 25 milhões a 30 milhões (face aos 18,4 milhões de euros nos últimos 12 meses)”.

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