Estas duas semanas foram surpreendentes. Dia 26 soubemos que a Índia prendeu um pombo acusado de espionagem em favor do Paquistão. O pombo foi capturado pelos aldeões de Manyari, na Caxemira indiana, e teria na pata uma mensagem codificada, alguns números. As tentativas para decifrar a mensagem foram infrutíferas, resistindo até – especula-se – a técnicas de tortura. Seguramente não escolheram o especialista certo, com obra publicada. Quero crer que bastava pôr o bicho em frente a uma caçarola e um frasco de caril que ele arrulhava logo a confissão. O certo é que dois dias depois o pombo foi entregue ao pescador paquistanês seu dono, sabe-se lá por troca com que espião indiano.
Mas se isto parece estranho, fica o leitor a saber que Columbus como capital do Estado de Ohio corre o risco de passar à História. Está em curso uma petição para mudar o nome da cidade para Flavortown, já com mais de 25 mil assinaturas, e a estátua de Cristóvão Colombo vai ser removida da praça da Câmara Municipal. A escolha de Flavortown vem de ser a cidade natal de Guy Fieri, o chef que se tornou “chefebridade” na televisão. O mais curioso desta história é que Fieri foi viver para a Califórnia ainda bebé. Quero ver o que vão fazer se descobrirem que gosta de cozinhar carne; aposto que vão escolher um vegan. Ainda vamos acabar com as cidades a terem números em vez de nomes. Ah!, a política é uma coisa fantástica.
Por falar em política e televisão, gosto muito de ouvir o Dr. Marques Mendes ao domingo, na TV, mais do que gostava de ouvir o Prof. Marcelo. Honestamente, ele tem vantagem, pois pode falar do que vai fazer o Prof. Marcelo, e já não seria tão interessante ouvir o Prof. Marcelo a falar do que vai fazer o dr. Marques Mendes. Também me parece que qualquer português com um QI aceitável será de opinião que o folhetim da ida do ex-ministro Centeno para o Banco de Portugal bate qualquer telenovela, e mesmo a “Guerra dos Tronos” até na parte das facadas. É uma espécie de “Big Brother” ou “Casa dos Segredos”, com a diferença que os candidatos andam à solta e os tipos que dão opinião sobre quem deve sair andam pela Assembleia da República, partidos e proximidades.
Por falar em Assembleia, a melhor do mês é a história das faltas da deputada Catarina Martins e do deputado André Ventura. Catarina foi acusada por André de faltar às reuniões, mas o Bloco explicou que não faltou, não estava na sala para dar lugar a outros deputados do BE. Já André Ventura faltou a 54 reuniões das 90 em que era suposto participar nas três comissões a que pertence. Logo, aqui está mais uma vantagem de se ter um grupo parlamentar: nunca se falta a nada, apenas se dá o lugar a outros.