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Sustentabilidade preocupa jovens, mas mais os dos países emergentes

Credit Suisse vê uma crescente preocupação dos mais novos com as questões ambientais, mas há discrepâncias entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Jovens da China, Índia e México estão mais comprometidos com a sustentabilidade.
1 Fevereiro 2022, 17h55

Os jovens estão, de forma geral, preocupados com a sustentabilidade ambiental. Mas esta questão ganha mais força em países como a China, Índia e México, onde os consumidores mais novos mostram maior disposição para adotar hábitos de consumo mais “verdes”. O mesmo não acontece em França, na Alemanha ou nos EUA.

“Os mercados emergentes superam os mercados desenvolvidos” em termos das preocupações ambientais, havendo uma “diferença marcante” entre ambos, conclui uma análise do Credit Suisse aos hábitos de consumo dos jovens e as suas preocupações em torno da sustentabilidade.

De acordo com esta análise, cujas conclusões se baseiam na resposta de 10 mil jovens entre os 16 e os 40 anos, os mercados em desenvolvimento “parecem estar mais comprometidos com a sustentabilidade, aceitam de forma geral uma maior regulação, estão mais dispostos a pagar por produtos sustentáveis e demonstram uma maior intenção de mudar o seu comportamento”.

Os países onde isto é mais notório são o México, a Índia e a China, refere o Credit Suisse. Nos últimos dois, nove em cada 10 inquiridos estão preocupados ou muito preocupados com a questão da sustentabilidade. Já os países onde aparentemente o tema ambiental parece influenciar menos os hábitos dos jovens consumidores são França, Alemanha e EUA.

As concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, revelou a ONU nos últimos meses do ano passado, isto mesmo com o abrandamento da economia provocado pela crise pandémica. A mesma entidade estimou ainda que, mantendo-se este ritmo de emissões, as temperaturas serão superiores em 2,7ºC no final do século.

Em novembro, o acordo assinado na COP26, a cimeira do clima da ONU, reafirmou o objetivo de limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC, decidido há seis anos no Acordo de Paris, e definiu ser necessário reduzir as emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, em relação a 2010.

A análise do Credit Suisse revela que há muito pessimismo quanto ao alcançar das metas estabelecidas, nomeadamente para as emissões. “O nosso inquérito mostra um nível elevado de pessimismo entre um conjunto amplo de países. Em oito dos 10 países [analisados] concluímos que menos de 30% dos consumidores acredita que a meta de emissões zero poderá ser alcançada até 2050”.

A mesma entidade nota ainda que “os países com maiores níveis de preocupação sobre o estado atual do ambiente (a China e a Índia) também têm o maior número de consumidores que acredita que as metas de sustentabilidade vão ser alcançadas a longo prazo”.

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