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Sustentabilidade: tecnologia e comunicações prometem redução de 20% nas emissões nos outros sectores

Na conferência ‘Building a Connected Green Future’, Luís Neves, CEO da GEsI, afirmou que as eficiências que geradas pela tecnologia e pelas comunicações em outros sectores de atividade aumentaram que o último estudo feito concluiu que o sector tecnológico poderia reduzir 20% das emissões globais.
11 Junho 2021, 16h35

A sustentabilidade na tecnologia e telecomunicações é um tema fundamental para as empresas destes sectores, de acordo com as intervenções dos oradores da conferência Building a Connected Green Future promovida pelo Jornal Económico (JE) e pela Huawei, mas também para a evolução global, pelo impacto que tem noutras atividades.

A conferência, integrada na EU Green Week 2021 e transmitida através da plataforma multimédia JE TV, esta sexta-feira, contou com a participação de Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA); Luís Neves, CEO da Global Enabling Sutainability Initiative (GeSI); José Pedro Nascimento, diretor de Engenharia e Operações da Altice; e Paulo Pereira, key account director da Huawei. A moderação esteve a cargo de Filipe Alves, diretor do JE.

Para Luís Neves, as tecnologias vão ser “fundamentais para o desenvolvimento sustentável”. Isso é comprovado pelos estudos que a organização GeSI fez, de “interceção entre o sector digital e o desenvolvimento sustentável”, que concluiu que a pegada de carbono do sector das tecnologias e comunicações tem-se mantido estável, mas que as eficiências geradas nos outros sectores aumentaram significativamente.

“As eficiências que são geradas nos outros sectores de atividade passaram de cinco para dez. Ou seja, quando fizemos o estudo em 2015, concluímos que o sector tecnológico poderia reduzir 20% das emissões globais. Portanto, se esse número se verificar em 2030, quer dizer que nós podemos manter as emissões ao nível de 2015, o que é um impacto brutal”, afirmou Luís Neves.

“Quanto mais tecnologia e quanto mais digital for implementada, maior são as eficiências maiores os benefícios”, disse, apontando maiores ganhos para os sectores energético, agrícola, para a mobilidade, edifícios e indústria transformadora. “Todos os sectores vão ter grandes impactos positivos derivados da implementação da tecnologia”, garantiu.

“Estamos aqui a falar de doze gigatoneladas de redução de CO2 e, portanto, todos vão beneficiar”, acrescentou.

A ideia é secundada pelo presidente da APA, que defendeu a capacidade tecnológica para responder aos desafios ambientais, mas também avisou que se mantém um grande desafio.

“Não estaríamos a falar de descarbonização, não estaríamos a falar de transição energética se não tivéssemos a confiança de que a tecnologia disponível nos permite alcançar os objetivos que nos propusemos. Ou seja, seria incauto estarmos a falar de reduções de emissões que poderiam tender para zero em 30 anos”, disse Nuno Lacasta.

Acrescentou, no entanto, que existe “um desafio gigantesco, do ponto de vista de fazer acontecer e que toda a gente se alinhe do ponto de vista de financiamentos, da capacitação técnica de um conjunto de players, etc.”.

Para Paulo Pereira, key account director da Huawei, “se olharmos para a pegada de carbono no nosso sector como um todo é preocupante, mas temos que perceber que o sector digital é um meio para atingir um fim. Ou seja, nós somos a base da sustentabilidade”.

“Todos os dias o número de ligações à internet cresce exponencialmente, o número de dados que são abrigados nos data centers cresce exponencialmente, o número de serviços que são disponibilizados aos utilizadores cresce exponencialmente e as redes, e bem, crescem geograficamente exponencialmente”, referiu, apontando, depois, para as vantagens dos processos de digitalização e dando como exemplo o que aconteceu durante o período de pandemia de Covid-19. “A nossa sociedade conseguiu rapidamente viver com a situação, com o acesso à informação e com acesso às ferramentas digitais, e as próprias ferramentas digitais e a computação, entre outras, permitiram às diversas empresas criarem as vacinas o mais rapidamente possível, portanto com toda a investigação científica suportada nas tecnologias”, disse.

O aproveitamento de tudo isto sente-se transversalmente na sociedade. “Uma conectividade de excelência é fundamental para a transição digital, mas não é o único especto essencial para a transição digital e para transformação digital. O fundamental é a simplificação dos processos e das interações entre os clientes e os fornecedores de serviço ou entre os cidadãos e os governos e toda essa simplificação de processos é baseada em tecnologia”, defendeu José Pedro Nascimento.

“Ao nível da cidadania, que é uma coisa importantíssima, com todos os serviços de governo, interações comerciais, educação, trabalho, telemedicina, tudo isto simplificado permite, de certa forma, eliminar a burocracia, eliminar retrabalho, e melhorar processos logísticos”, acrescentou.

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