O setor imobiliário tem estado na linha da frente da recuperação económica portuguesa. É um dos setores que mais tem contribuído para o crescimento e internacionalização do país, representando 15% do PIB de acordo com dados da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários.

Segundo a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, o investimento em ativos da construção e imobiliário teve um peso de 50% no investimento total feito em Portugal. Neste âmbito, muitos têm sido os desafios associados ao desenvolvimento desta indústria. A internacionalização e a especialização do setor tem permitido uma mudança de paradigma no mercado imobiliário. A promoção imobiliária era caracterizada principalmente por promotores-construtores com foco no produto, pouco aberta a parcerias com outros promotores.

Hoje em dia, porém, vemos uma indústria muito mais versátil e diversificada com promotores, investidores e construtores de diversas nacionalidades. Há uma maior externalização de serviços a empresas especializadas, com maior transparência e responsabilização. Existem hoje diversos players que fazem parcerias, coinvestindo de forma a partilhar o risco e a maximizar sinergias. Agora o foco é no cliente e na experiência.

Este setor que, tipicamente, era conotado como pouco “sexy”, está na moda! Apresenta diversas oportunidades com enormes desafios e por isso tem agora maior facilidade em atrair e reter jovens talentos com boa formação académica, inovadores e proativos. Desta forma, a geração dos millennials – com elevado grau de instrução – começa a ser cada vez mais importante para a indústria. Com a internacionalização e especialização do setor há cada vez maior competitividade entre empresas, sendo um desafio permanente atrair e reter talento. Os jovens gostam de abraçar novos desafios, integrar equipas onde são responsabilizados e podem participar na tomada de decisão, tendo flexibilidade para desenvolver oportunidades e projetos.

O imobiliário tem cada vez maior impacto na sociedade e nas cidades, levando os jovens a querer associar-se ao objetivo de fazer parte da mudança. Os millenials ambiciosos, informados e viajados trazem novas tendências, e uma mente mais aberta e flexível para se adaptarem à resiliência do mercado, aos ciclos económicos e ao futuro incerto. Neste sentido, começam a olhar para o imobiliário como uma possibilidade muito interessante dentro da qual poderão desenvolver uma carreira, com uma visão de longo prazo.

Os millennials vão ser os principais clientes, investidores e compradores de imobiliário no futuro próximo e por isso é extremamente importante que os players do mercado entendam este novo cliente, que tem uma forma de viver e pensar totalmente diferente das gerações anteriores. Existe uma crescente procura por espaços mais tecnológicos, sustentáveis, otimizados e inovadores, tais como co-working, co-living, residências de estudantes e seniores, espaços de retalho diferenciadores e novas formas de mobilidade. Um novo dinamismo que vai transformar o imobiliário.

Os jovens vão ter um papel fulcral na conceptualização do imobiliário como futuros usuários. Por isso, devem poder ter um papel ativo nos projetos de forma a integrar os novos conceitos de partilha, mobilidade, tecnologia e sustentabilidade. O imobiliário, a par de outros setores, também terá que se posicionar como prestador de serviços com o objetivo de proporcionar uma experiência única de vivência.