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TAP exige explicações à Groundforce sobre penhores de ações e estado do empréstimo de 30 milhões (com áudio)

Depois de ter exigido explicações ao acionista maioritário numa carta enviada a 8 de março, a companhia aérea (acionista minoritário) volta a pedir explicações como condição para realizar um aumento de capital.
  • Cristina Bernardo
15 Março 2021, 08h56

A TAP exige explicações à Groundforce sobre eventuais penhores sobre a empresa e sobre um empréstimo de três dezenas de milhões de euros. Estas são duas das condições para a TAP proceder a um aumento de capital na empresa de gestão de bagagens, passageiros e carga.

A Serviços Portugueses de Handling (SPdH)/Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal, de Alfredo Casimiro, com o grupo TAP a deter 49,9%, com a companhia aérea a ser detida em 72% pelo Estado português. Os salários de 2.400 trabalhadores da empresas relativos a fevereiro continuam por pagar.

“A SPdH mantém todos os compromissos por si anteriormente assumidos na carta de 20 de janeiro de 2021, incluindo a obrigação de manter o Grupo TAP devidamente informado acerca das diligências efetuadas no sentido da obtenção do financiamento garantido que a SPdH solicitou, sob a forma de um empréstimo concedido pela Caixa Geral de Depósitos com a prestação de uma garantia por parte do Banco de Fomento a favor dessa instituição de crédito, no montante de 30 milhões de euros, em particular sobre a evolução do processo de aprovação e concessão desse financiamento garantido”, pode-se ler na carta enviada pelo grupo TAP à Pasogal no domingo.

Ao mesmo tempo, a companhia aérea também exige que a Pasogal preste, por escrito, esclarecimentos sobre quaisquer penhores sobre as ações detidas por Alfredo Casimiro. “A SPdH e a Pasogal prestam, por escrito, os esclarecimentos solicitados pelo grupo TAP na carta datada de 8 de março de 2021, relativamente à existência de eventuais penhores ou outros ónus que impendem sobre as ações detidas pela Pasogal no capital social da SPdH e/ou os equipamentos da SPdH”.

A TAP avançou no domingo com uma proposta de aumento de capital de 6,97 milhões de euros na Groundforce. Estas duas condições constam de uma carta enviada ontem pela TAP à Groundforce. A Pasogal, de Alfredo Casimiro, tem de concordar com as condições da carta para a operação avançar de forma a estabilizar a situação financeira da empresa de handling.

A tutela de Pedro Nuno Santos disse na semana passada que “não foi possível chegar a acordo porque Alfredo Casimiro disse que não tem as ações para dar como penhor”, segundo revelou fonte oficial do ministério ao JE. O empresário terá dado estas ações como garantia noutro empréstimo bancário impossibilitando o seu uso neste empréstimo, apurou o JE.

Segundo revelou a SIC Notícias, parte das ações da Pasogal foram entregues ao Novo Banco como garantia em 2016 quando vários credores reclamaram 44,2 milhões de euros ao grupo Urbanos, detido por Alfredo Casimiro, empresa de mudanças que se encontra em Processo Especial de Revitalização Já o Expresso avançou que uma parte das ações foi dada como penhor ao Montepio.

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