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Tarifas: Ásia deve procurar novos parceiros comerciais, defende Banco Asiático de Desenvolvimento

“Não há lugar para complacência, uma vez que os Estados Unidos persistem na sua estratégia de aplicação de tarifas elevadas”, disse, em entrevista à agência de notícias financeiras Bloomberg, o presidente do BAD, sediado em Manila.
3 – Singapura
29 Abril 2025, 07h42

O presidente do Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD), Masato Kanda, afirmou hoje que os países asiáticos devem diversificar os parceiros comerciais e impulsionar a procura interna para ultrapassar a guerra comercial desencadeada por Washington.

“Não há lugar para complacência, uma vez que os Estados Unidos persistem na sua estratégia de aplicação de tarifas elevadas”, disse, em entrevista à agência de notícias financeiras Bloomberg, o presidente do BAD, sediado em Manila.

“Este é o momento para a Ásia impulsionar a procura interna, seguir políticas económicas sólidas e diversificar as indústrias e os parceiros comerciais”, acrescentou.

Os países da região Ásia-Pacífico – a área de influência do BAD –, principalmente a China e as nações do Sudeste Asiático, foram os mais atingidos pelas chamadas “tarifas recíprocas” do Presidente dos EUA, Donald Trump.

O Camboja é o segundo país mais afetado pelas taxas, com 49%. Países como o Vietname e a Tailândia foram atingidos com taxas de 46% e 36%, respetivamente.

Estas nações servem como pontos de transbordo de produtos chineses para o estrangeiro, sobretudo para os Estados Unidos, uma forma usada por exportadores chineses para contornar as taxas impostas já durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021).

O líder norte-americano concedeu uma trégua de 90 dias na sua guerra comercial à escala mundial, com exceção da China, que viu as tarifas sobre os seus produtos aumentarem para 145%.

Pequim retaliou com taxas alfandegárias adicionais de 125% sobre produtos norte-americanos.

Em meados de abril, o BAD advertiu que a decisão da China de responder às tarifas norte-americanas teria um “efeito de arrastamento” em toda a Ásia, dada a dependência de muitos países da segunda maior economia mundial, e apelou à região para aprofundar os seus laços económicos.

“O que podemos fazer é proteger as economias regionais dos choques externos e reforçar a sua capacidade de resistência a futuras crises”, defendeu Kanda.

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