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Tarifas: CIP vê com “relativo alívio” acordo entre UE e EUA mas deixa alerta

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) vê com “relativo alívio” o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e os EUA, mas avisou que o preço a pagar é elevado para ambas as partes.
28 Julho 2025, 18h51

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) vê com “relativo alívio” o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e os EUA, mas avisou que o preço a pagar é elevado para ambas as partes.

“Tendo em conta o cenário alternativo de ‘não acordo, que desencadearia uma agudização incontornável de realizações e contra retaliações, com consequências desastrosas para a economia europeia, é com relativo alívio que acolhemos este desfecho. Até porque ‘quando se espera um furacão, fica-se feliz com uma simples tempestade’”, afirmou o diretor-geral da CIP, Rafael Alves Rocha, em resposta à Lusa.

Ainda assim, sublinhou que o preço a pagar é elevado para ambas as partes, uma vez que se vai registar um aumento das taxas alfandegárias de um nível médio de cerca de 2,5%,

Para a CIP, este resultado é desequilibrado face ao nível das taxas alfandegárias médias impostas pela UE às importações dos EUA.

Rafael Alves Rocha considerou ser injusto classificar este acordo como uma derrota para a UE, tendo em conta a eventualidade de taxas de 30% ou 50%, tal como tinha sido anunciado pela administração norte-americana.

Conforme apontou, a indústria farmacêutica é dos setores que tem uma maior exposição direta ao mercado dos EUA, que absorveu 34% do total das suas exportações em 2024.

“Mesmo os setores em que o mercado norte-americano tem pouca expressão não deixarão de ser certamente afetados. Tal será, por exemplo, o caso do setor automóvel, que não tem uma grande exposição direta ao mercado norte-americano, mas que exporta para empresas europeias muito dependentes deste mercado. Neste caso, já estava a ser cobrado um adicional de 25%, pelo que os atuais 15% representam algum alívio”, referiu.

O acordo comercial entre a UE e os Estados Unidos, alcançado no domingo, fixa em 15% as tarifas aduaneiras norte-americanas sobre os produtos europeus.

O acordo prevê também o compromisso da UE sobre a compra de energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares (cerca de 642 mil milhões de euros) – visando nomeadamente substituir o gás russo -, o investimento de 600 mil milhões adicionais (514 mil milhões de euros) e um aumento das aquisições de material militar.

Os EUA e os países da UE trocam diariamente cerca de 4,4 mil milhões de euros em bens e serviços.

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