Tarifas de Trump castigam bolsas em dia negativo

As principais bolsas europeias registaram perdas na sessão desta quarta-feira, algumas delas acima de 1%, após novidades sobre as tarifas de Trump. Lisboa seguiu pelo mesmo caminho, com a Galp a descapitalizar mais de 3%.

A energética foi protagonista da queda mais acentuada de entre as cotadas do índice PSI, na ordem de 3,05%, até aos 15,41 euros por ação. Ao mesmo tempo, houve descidas de 1,20% para 0,5422 euros no BCP e 1,13% na Navigator, que se ficou pelos 3,314 euros.

Em sentido contrário, o grupo EDP liderou os ganhos, na medida em que a empresa-mãe ganhou 2,59% e os títulos alcançaram os 2,975 euros, ao mesmo tempo que a EDP Renováveis se adiantou 2,42% para 8,69 euros. Seguiram-se incrementos de 1,96% para 6,77 euros nos CTT e de 1,58% para 6,115 euros na Altri.

No exterior, a insegurança dos investidores foi mais notória, na sequência de Donald Trump anunciar que vai avançar com tarifas sobre importações de automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos provavelmente nos 25%. A medida deverá entrar em vigor no dia 2 de abril.

Os mercados registaram fortes contrações. Foi o caso do índice agregado Euro Stoxx 50, que tombou 1,31%. Seguiram-se descidas de 1,86% no índice de referência de Berlim, 1,66% no homónimo espanhol e 1,17% em França. No Reino Unido houve uma perda de 0,64%, ao passo que Itália perdeu 0,52%.

Nas negociações por futuros, o barril de Brent recua 0,58% e fica-se pelos 76,28 dólares, ao passo que o crude se adianta 0,72% e alcança 72,35 dólares por barril.

“As bolsas europeias viveram uma sessão de queda mais expressiva”, começa por se assinalar na análise do departamento de Mercados Acionistas do Millenium Investment Banking.

“Apesar de parte da descida se possa dever a uma correção técnica após oito semanas consecutivas de ganhos em índices como o Stoxx 600, o anúncio de Trump de que deverá impor tarifas de cerca de 25%, sobre importações de automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos, pesou no sentimento, ainda que um anúncio seja previsto para 2 de abril”, apontam os analistas.

“O setor das utilities foi dos poucos a terminar em alta. Quem aproveitou foi a EDP e a EDPR, ajudando a atenuar a descida do PSI, onde a Galp perdeu mais de 3%, em resposta a downgrades, estando contraciclo com a subida dos preços do petróleo, depois da OPEP+ sinalizar que poderá adiar o aumento da produção”, pode ler-se.