Em Portugal, quase oito em cada dez pessoas entre os 20 e os 64 anos estão empregadas, o que equivale a 78,5% da população em idade ativa. Trata-se da taxa de emprego mais elevada dos últimos 15 anos, que aumentou 11 pontos percentuais desde 2009. Os dados relativos a 2024 são revelados pela Pordata, base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, e constam de um perfil traçado a propósito do Dia do Trabalhador que se assinalou na quinta-feira, e que contempla vários indicadores.
Os dados de 2024, de resto, revelam uma tendência de crescimento de emprego que as próprias estimativas do emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE), reveladas esta semana, acentuam, ao sublinhar que a população empregada no passado mês de março atingiu o valor mais elevado desde fevereiro de 1998.
Comparados os dados do emprego de 2024 da Pordata com a realidade dos restantes países da União Europeia, Portugal é o 12.º com maior proporção de pessoas ativas no mercado, sendo os Países Baixos o país com a maior taxa de emprego, 83,5% (e com uma percentagem de emprego a tempo parcial de 43%, quando em Portugal é apenas de 8%). No lado oposto, Espanha (71,4%), Roménia (69,5%), Grécia (69,3%) e Itália (67,1%) são os países com menor taxa de emprego.
O perfil traçado pela Pordata analisa também a percentagem dos chamados jovens “nem-nem”, que não estudam nem trabalham (NEET). Portugal é o 8.º país da UE com menor percentagens de jovens entre os 15 e os 29 anos nesta condição, o que corresponde a 8,7% e coloca o país abaixo da média europeia de 10,2%. Mais uma vez, os Países Baixos são o país com menor valor, enquanto Grécia, Itália e Roménia são os que maior proporção de pessoas que não estudam nem trabalham.
A análise feita pela base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos sublinha que tanto a taxa de emprego como a percentagem de jovens que não estudam nem trabalham integram o Plano de Ação do Pilar Europeu dos Direitos Socias, que define metas para os países a atingir até 2030 – pelo menos 78%, no caso do emprego, e até 9%, no caso da taxa NEET. Os dois objetivos já foram alcançados por Portugal, em 2023 e em 2022, respetivamente.
O estudo da Pordata indica ainda que dos 5,1 milhões de trabalhadores em Portugal, a maior parte tem pelo menos o ensino superior (34%). No espaço de uma década, houve um acréscimo de 700 mil trabalhadores com este nível de escolaridade, o que representa um aumento de 61,8% desde 2014. Segundo os dados, 32% dos trabalhadores em Portugal têm o ensino secundário, 17% o 3.º ciclo do ensino básico, 9% o 2.º ciclo e 1% não tem escolaridade.
O aumento de trabalhadores com ensino superior fez também crescer o número de profissionais no grupo dos especialistas em atividades intelectuais e científicas, que são um em cada quatro trabalhadores, mais 422 mil face há dez anos.
O perfil traçado destaca também que, entre os mais de 5 milhões de trabalhadores em Portugal, 302 mil têm nacionalidade estrangeira, maioritariamente de países fora da UE. Sem surpresa, este é um número que quase triplicou na última década, mais 197 mil face a 2014. De recordar que o Governo aprovou há poucas semanas o mecanismo conhecido como ‘via verde’ para contratar trabalhadores no estrangeiro e responder à necessidade de mão-de-obra que vários setores sinalizam.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com