Taxas sobem mais de 1,7 euros para financiar novo aeroporto

As taxas do Aeroporto Humberto Delgado, cobradas pela concessionária ANA Aeroportos, vão subir 1,7 euros todos os anos a partir de 2026 e até 2030. A notícia é avançada pelo Jornal Económico na sua edição semanal desta sexta-feira, 6 de fevereiro.

No fim deste período, o aumento das taxas rondará os 10 euros, uma vez que a tabela ainda é atualizada mediante a inflação portuguesa. Atualmente, as taxas cobradas pela ANA Aeroportos totalizam os 15,15 euros e, em 2030, cada passagem pagará mais 8,5 euros, juntando-se então a atualização anual da taxa de inflação e que vai perfazer os cerca de 10 euros a mais.

De acordo com a notícia que faz manchete do Jornal Económico, é esta subida “que vai permitir não haver financiamento público para pagar o custo de 8,5 mil milhões de euros na construção da maior infraestrutura portuguesa da era moderna, que terá cinco vezes a área do Aeroporto Humberto Delgado”, sustenta fonte oficial da concessionária.

Questionado sobre se este aumento das taxas aeroportuárias irá afetar as estimativas de crescimento de passageiros, a mesma fonte acredita que “não vai afetar a competitividade do novo aeroporto, o que se integra nos riscos a que assumimos. Isto é, se o volume de tráfego previsto não for alcançado, é um risco assumido pela ANA. O início da trajetória de taxas em 2026 permitiria a constituição de um recurso financeiro para a antecipação dos estudos de execução, o que só aconteceria após a assinatura da adenda ao contrato de concessão em 2029”.

Esta semana, o CEO da low-cost Ryanair, Michael O’Leary, criticou o aumento das taxas aeroportuárias para pré-financiar a construção do aeroporto em Alcochete. “É uma ideia ilegal a ANA aumentar as taxas para pré-financiar o aeroporto 15 anos antes de estar construído. Existem regras na Europa: só se paga pelas infraestruturas quando são utilizadas, não se paga 15 anos antes de estarem concluídas. Isto é absurdo. Mas isto é o que acontece quando se tem um monopólio dos aeroportos geridos por franceses”, afirmou O’Leary ao Jornal Económico, referindo-se aos franceses da Vinci, donos da ANA.