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Tecnologia e digitalização têm papel essencial na agricultura

A Portugal Fresh acredita que o desenvolvimento tecnológico é determinante para a competitividade do sector.
24 Outubro 2021, 13h00

O acesso à água, a disponibilidade de mão-de-obra, a competitividade nos custos de produção e o acesso ao investimento “são os principais desafios que se colocam ao sector da agricultura”, revela Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal.

Já a tecnologia e a digitalização são encaradas como “ferramentas fulcrais para a atividade, que não podemos abdicar”, assegura o líder da Portugal Fresh, acrescentando ainda que “a sua importância será exponencialmente crescente no sector e é, já, uma realidade no dia a dia das empresas mais competitivas e exportadoras”. Gonçalo Santos Andrade é da opinião que a importância da tecnologia fica bem evidente na forma como contribuiu decisivamente para a competitividade económica, mas também como “minimiza a pegada ambiental e tem vantagens no controlo e na preservação da biodiversidade, contribuindo para a sustentabilidade ambiental”, conclui.

 

A tecnologia e a sustentabilidade
O líder da Portugal Fresh acredita também que o uso de drones e robots, a recolha de informação de satélites, a análise de dados em tempo real, “serão intensificados na corrente década e permitem uma agricultura mais precisa e sustentável”. Ainda no que diz respeito ao desafio da sustentabilidade, Gonçalo Santos Andrade destaca que as empresas do sector das frutas, legumes e flores “têm efetuado investimentos avultados no uso eficiente dos recursos, principalmente, na última década”. Para o cumprimento deste objetivo, o conhecimento e a inovação, em estreita ligação com as instituições académicas, vão desempenhando um papel essencial, na opinião do presidente e CEO da Portugal Fresh que dá um exemplo concreto, que “é o da procura de variedades mais adaptadas às alterações climáticas que se têm verificado”. Gonçalo Santos Andrade esclarece que se trata de “um trabalho de seleção de espécies mais adaptadas ao clima e que, ao mesmo tempo, respondam às tendências de consumo”. O desafio que se coloca “é conseguir que essas variedades sejam também mais produtivas”.Diz ainda, e em jeito de conclusão, que há sempre espaço para melhorar e “esse é o caminho que pretendemos percorrer”. Com base no conhecimento e na inovação, “temos de conseguir produzir mais utilizando menos recursos, preservando o ambiente e a biodiversidade, mas tendo sempre uma visão de mercado e assegurando a viabilidade económica dos investimentos”. Para Gonçalo Santos Andrade, só dessa forma se consegue criar mais postos de trabalho e maximizar o retorno à produção.

Por fim, deixou também um “recado” no sentido de aumentar a competitividade do setor agrícola em Portugal. O líder da Portugal Fresh considera que “é importante diminuir a carga fiscal sobre as empresas e sobre os principais factores de produção”. Acrescenta ainda, para rematar, que “a energia e os combustíveis têm de ter custos idênticos aos nossos principais concorrentes na latitude sul da Europa”.

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