As ações das gigantes tecnológicas registaram quedas fortes na última semana. Vários fatores condicionaram o sentimento dos investidores e fizeram cair nas bolsas europeias e asiáticas, mas particularmente em Wall Street, as ações de cotadas que valorizaram de forma expressiva no último ano.
As perdas fizeram-se sentir na bolsa de Iorque estão ligadas aos ciclos do mercado, como também a decisões do governo norte-americano e até declarações de Donald Trump, candidato à presidência dos Estados Unidos de América. Ainda assim, os ventos negativos podem ser contrariados já esta semana, já que são vários os “pesos pesados” do sector que divulgam contas do segundo trimestre, em plena época de resultados.
“O primeiro fator”, explica ao Jornal Económico o consultor de investimentos Marco Silva, “é que o mercado está um pouco esticado em termos de valorizações, tendo em conta a falta de catalisadores que existe”, nomeadamente porque na última semana não houve reunião da Fed e os dados da inflação só serão conhecidos esta semana.
Uma situação que se refletiu em dias de “consolidação em baixa, com alguma correção”, assinala.
Neste âmbito, importa compreender que, na atualidade, “os crescimentos, apesar de serem bons, não são estratosféricos”, menciona o consultor de investimentos, por comparação há as contas apresentadas em trimestres anteriores, com crescimentos substancialmente mais acentuados.
“Não estamos a falar em crescimento de 200, 300% de receita, mas em crescimentos mais contidos, apesar de serem extremamente bons”, sublinha.
Ora, os dados em causa acabam por ter “alguma influência”, nomeadamente quando vemos a earnings season a acelerar, na medida em que a semana que agora se inicia está “bastante cheia” no que diz respeito a resultados das empresas tecnológicas”, com a divulgação dos resultados de gigantes como a Alphabet (dona da Google) e a IBM, a título de exemplo.
Mais tarde, a 30 de julho, é a vez da Microsoft divulgar o relatório financeiro e, logo no dia seguinte, a Meta (dona do Facebook). No início do mês seguinte, a 1 de agosto, é a vez da Apple e da Amazon.
É neste contexto, que se nota alguma tendência para o “vender antecipado” nos mercados, explica, aproveitando para dar um exemplo.
“A Netflix deu bons resultados mas o outlook não foi tão exuberante”, refere, apontando para os elevados níveis de exigência que se verificam. “Aos níveis que o mercado está, os investidores não querem apenas bom, querem espetacular”, garante.
De recordar que o antigo presidente dos EUA, que é novamente candidato ao cargo, mostrou numa entrevista o seu desagrado por Taiwan ter, por esta altura, “quase 100%” do negócio dos chips. Ora, as palavras de Trump afetaram “a Nvidia e outras empresas ligadas à mesma, que são dependentes também da TSM”, visto que “não houve o apoio de retórica que tem sido recorrente quando se fala de Taiwan”
Acrescenta um quarto ponto, ligado ao apagão da última sexta-feira, que afetou fortemente os sistemas Windows e que adicionou pessimismo a todo este contexto.
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