David Solomon, CEO da Goldman Sachs, tornou-se o último executivo a demonstrar o seu desagrado perante o trabalho remoto, juntando-se a vários chefes-executivos que querem o regresso dos seus empregados aos escritórios o mais rápido possível, revela a “Forbes”.
“Esta solução não é ideal para nós, e não é o novo normal”, disse David Solomon durante uma conferência na semana passada. “É uma aberração que vamos corrigir o mais cedo possível”, notando que o plano de vacinação que se está a desenrolar rapidamente nos Estados Unidos vai permitir o regresso dos trabalhadores para o modelo presencial.
Também o CEO da Barclays, Jes Staley, quer antecipar o regresso de 80 mil trabalhadores aos seus postos de trabalho dentro do banco, fazendo-o ainda este ano. “Penso que será bom que as pessoas regressem às suas localizações novamente”, destacou o diretor executivo.
A marca de luxo Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH) também instruiu os trabalhadores a joalharia Tiffany & Co, recentemente adquirida pelo grupo, regressassem ao trabalho presencial dois dias por semana a partir deste mês, retomando a atividade que foi colocada em suspenso no ano passado.
O executivo da JPMorgan & Chase, Jamie Dimon, confidenciou aos analistas no passado mês de setembro que o trabalho remoto tinha reduzido a produtividade, nomeadamente às segundas-feiras e sextas-feiras, tendo já informado os trabalhadores que o regresso está marcado para setembro de 2021.
O CEO da Cisco, Chuck Robbins, admitiu que são os próprios trabalhadores a pedirem para regressar aos escritórios, após um ano em teletrabalho. “Penso que chegámos à fase em que as pessoas estão a enfrentar uma batalha mental. As pessoas não estão a gostar da situação”, apontou Chuck Robbins.
A JPMorgan e a Goldman Sachs partilham a opinião de que o teletrabalho roubou valiosas oportunidades de aprendizagem aos empregados mais jovens, nomeadamente a quem dava os primeiros passos em Wall Street. David Solomon recusou a ideia de ter novos aprendizes a chegar à empresa no verão e que estes apanhem o teletrabalho.
A visão do fim do teletrabalho destes executivos contraria a opinião dos executivos das grandes empresas de tecnologia, como Twitter e Facebook. O fundador do Twitter, Jack Dorsey, admitiu em maio do ano passado, que alguns funcionários da empresa podem trabalhar de forma permanente a partir de casa, abandonando a sede da rede social em São Francisco.
Também Mark Zuckerberg admitiu, em maio do ano passado, permitir o teletrabalho de forma permanente. Segundo Zuckerberg, a pandemia foi o catalisador para a tecnológica avaliar a necessidade dos trabalhadores estarem permanentemente nos escritórios e que nos próximos dez anos vai permitir que mais de metade dos 45 mil trabalhadores desempenhe as suas funções a partir de casa.
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