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Temido apela a que portugueses cumpram o confinamento: “Há limites e estamos muito próximos do limite”

Ministra da Saúde revelou “muita preocupação” com os números do Boletim da DGS deste domingo e apelou aos portugueses para que cumpram o confinamento. “Toda a gente está a fazer sacrifícios, mas precisamos de nos esforçar mais em termos de comunidade para garantir que se param as cadeias de transmissão”, disse.
  • JOSÉ COELHO/LUSA
17 Janeiro 2021, 17h15

A ministra da Saúde, Marta Temido, admite “preocupação” com o confinamento dos portugueses neste fim-de-semana, lançando um forte apelo para que endossem todos os esforços para ajudar a quebrar as cadeias de transmissão face aos números alarmantes que estão a pôr o sistema de saúde sob forte pressão. “Há um limite e estamos muito próximos do limite”, afirmou.

“Não vale a pena dizerem que são as excepções que justificam os comportamentos porque o número de exceções que temos hoje é em tudo semelhante ao de março. A mentalidade das pessoas, a reação das pessoas é que é diferente. É um apelo muito veemente pela parte do Ministério da Saúde ao cumprimento, à responsabilidade individual e que as pessoas por favor fiquem em casa e façam cumprir os outros que estão à sua volta”, disse a ministra em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3, durante uma visita ao Hospital Garcia de Orta, este domingo.

Questionada sobre como viu o confinamento dos portugueses neste fim-de-semana, Marta Temido admitiu que “com preocupação”, salientando que “estamos a pôr todos os meios que existem no país a funcionar, de todos os setores. Mas há um limite e estamos muito próximos do limite. Os portugueses precisam de saber disso”.

A ministra não descartou um agravamento das medidas de restrição, já que quando questionada sobre essa possibilidade disse que “o governo sempre disse que tomaria as medidas estritamente necessárias e todas as necessárias”.

“Os números de hoje, sendo um domingo e portanto um dia normalmente o número de novos casos desce, face àquilo que é tendência da semana mostram que isso não aconteceu. Estamos com mais de 2.300 novos casos hoje. Um domingo. É um sinal de elevada preocupação. Continuamos a ter um aumento do número de internamentos hospitalares e com aumento nos cuidados intensivos”, vincou.

Marta Temido realçou que isto mostra que o sistema de saúde – incluindo SNS, operadores do setor social e do setor privado a colaborar com o SNS, estruturas de apoio na retaguarda e hospitais das Forças Armadas – “estão numa situação de sob-esforço”.

“Não podemos deixar os profissionais de saúde sozinhos e precisamos de os ajudar nesta tarefa enorme que têm pela frente”, apelou, acrescentando que “toda a gente está a fazer sacrifícios, mas precisamos de nos esforçar mais em termos de comunidade para garantir que se param as cadeias de transmissão, senão não há sistema de saúde que aguente”.

Portugal conta com um total de 549.801 casos confirmados de Covid-19, mais 10.385 face ao dia anterior, revela o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado este domingo, 17 de janeiro. O número de vítimas mortais do novo coronavírus no país aumentou para 8.861, registando-se mais 152 vítimas mortais nas últimas 24 horas.

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