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”Temos de aumentar o nível de competitividade” da economia, defende João Duque

Economista e antigo presidente do ISEG destaca a abertura da economia portuguesa ao mundo, apontando como exemplo o peso das exportações portuguesas. Destaca ainda que o Euro beneficiou Portugal, nomeadamente no financiamento externo.
  • Cristina Bernardo
16 Setembro 2019, 07h45

O economista João Duque defende que Portugal deve aumentar o investimento, a formação de trabalho e a qualidade da gestão e inovação, de forma a tornar-se mais competitivo.

“Penso que apesar de sermos competitivos temos de aumentar esse nível de competitividade. E isso está dependente de vários fatores como o investimento, a formação do trabalho, a qualidade da gestão, da inovação”, disse em declarações ao Jornal Económico. “Basta percorrer as componentes do índice de competitividade de Portugal e ver quais as razões pelas quais o país perde no jogo competitivo internacional”.

Questionado sobre a evolução do crescimento nacional na última década, o economista destacou a abertura da economia nacional ao mundo, de que é exemplo o peso crescente das exportações, com o PIB a depender de 44% das vendas de bens exterior. Sublinha ainda que “o crescimento diferencial da economia portuguesa se justifica muito largamente pela procura externa”.

”Isto é, a procura interna permite um crescimento de aproximadamente 1%, sendo os restantes promovidos pela procura externa. Ora, tendo em conta que 70% das exportações provêm da Europa, um arrefecimento no crescimento ou uma crise no coração económico da Europa deve impactar negativa e significativamente no crescimento esperado da economia portuguesa”, explica.

João Duque considera ainda que o euro teve um papel “muito significativo e positivo na economia”, já que permitiu abrir mercados à dívida portuguesa “nunca antes conseguidos, permitindo baixas taxas de juro, um controlo excelente da estabilidade de preços medido através do indicador da inflação, e dando-lhe um respaldo nunca conseguido com o escudo”.

“Além disso obrigou as empresas a procurar a competitividade através dos drivers do produto e não através de desvalorizações facilmente copiáveis por economias concorrentes. Ora, uma vez que Portugal só “pulou” verdadeiramente no peso das exportações em ambiente do euro e a entrada no mesmo não as prejudicou, parece-me muito errado atribuir ao euro algum insucesso na competitividade das empresas”, remata.

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