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“Temos que criar condições para a população sénior ter mais autonomia”, defende Clara Marques Mendes

“Vamos efetivamente fazer e aplicar, a partir de 2025, uma estratégia da longevidade que tenha em conta todas estas dimensões da vida. Nós queremos fomentar voluntariado sénior e o trabalho a par com a reforma a tempo parcial”, disse a responsável do Governo.
Clara Marques Mendes
21 Outubro 2024, 18h53

Clara Marques Mendes, Secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, falava na apresentação do estudo Senior Economy Tracker: Desenvolvimento e Medição da Economia Sénior em Portugal, na Associação Portuguesa de Seguradores, quando garantiu que em 2025 o Governo vai avançar com “uma estratégia da longevidade”.

“Vamos efetivamente fazer e aplicar, a partir de 2025, uma estratégia da longevidade que tenha em conta todas estas dimensões da vida. Nós queremos fomentar voluntariado sénior e o trabalho a par com a reforma a tempo parcial”, disse a responsável do Governo.

A reforma parcial, que permite aos mais velhos acumular rendimentos do trabalho com a pensão, deverá mesmo avançar, e a secretária de Estado admitiu levar a proposta à Concertação Social.

O facto das pessoas viverem mais tempo – até mais tarde – leva a que, tendo uma vida mais ativa, possam contribuir mais para um desenvolvimento económico e social, considera Clara Marques Mendes, secretária de Estado da Ação Social e Inclusão.

O país não olhou verdadeiramente ainda para a questão da longevidade. As políticas públicas parecem ir “um bocadinho a medo”, reconheceu a Governante.

“A prevenção é muito importante, para preparar o envelhecimento”, defendeu ainda a Secretária de Estado.

“É preciso preparar a pessoa sénior para a sua autonomia”, defendeu a secretária de Estado. “Portanto, o que é que nós temos que criar? Nós temos que criar condições para que as pessoas tenham a sua autonomia, possam estar nas suas casas, sentirem-se acompanhadas”, acrescentou.

O Estado não pode desincentivar a iniciativa privada nestas matérias, defendeu, elogiando também o papel que tem tido o sector social.

Clara Marques Mendes defendeu ainda que as políticas públicas têm de olhar para os apoios à população sénior tendo em conta as regiões do país.

Clara Marques Mendes não deixou de sublinhar também que “temos uma baixa taxa de natalidade”.

“Temos de ter uma solução holística”, defendeu a secretária de Estado.

Num painel a seguir, em que participou, com Juan Fernandez Palacio, da Fundação Mapfre; o CEO da Mapfre Portugal, Luís Anula; e Filipe Carrera, professor do IPAM e Universidade Europeia, o tema da solução holística voltou a ser defendida.

Nesse fórum, Filipe Carrera alertou que “os imigrantes que estão a chegar significa que vamos pagar essas pensões”.

“Vamos ter uma geração sustentada por avós”, acrescentou.

Por fim António Nogueira Leite, presidente do Conselho de Administração da Mapfre, encerrou a apresentação lembrando que a demografia é o indicador económico mais estável.

O economista António Nogueira Leite lembrou que “quando a atual população ativa se aposentar, a sua pensão será mais ou menos 50% do seu último salário”.

“Estamos habituados à progressão das sociedades e não à sua regressão”, alertou.

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