A teoria da evolução, proposta por Charles Darwin, clarificou bastante a forma como as espécies evoluíram no nosso planeta, em particular definindo que não eram as mais fortes, nem as mais inteligentes, mas sim as que melhor se adaptam às mudanças, aquelas que sobrevivem.

Este contexto aplica-se também no mercado empresarial e na geopolítica de países do nosso planeta. Vivemos atualmente um dos momentos mais desafiantes da história da humanidade. Vivemos uma época onde potencialmente novas dinâmicas políticas, sociais e, certamente, tecnológicas irão aparecer.

Tendo isto presente, importa entender que um país terá melhores condições e qualidade de vida quanto maior o grau investimento em Educação da sua população. Só assim se criam democracias com elevada maturidade, mercados empresariais consistentes e concorrenciais e forças de trabalho constituídas por profissionais qualificados, processos de inovação evolutivos e tomada de decisões estratégicas mais acertadas. Acima de tudo, é com a Educação que se cria uma população exigente e, consequentemente, um país melhor e mais sustentável em todas as suas estruturas.

Por tudo isto, o papel da Universidade e do Politécnico deve ser também o de dar o exemplo de adaptabilidade, demonstrando a sua capacidade de se reestruturar e transmitir conhecimento científico, garantindo as necessárias liberdades criativas para a inovação e melhoria contínua para os seus alunos e futuros profissionais de um país.

Destaco, por isso, todo o Grupo Lusófona de ensino, no qual colaboro enquanto docente de ensino universitário e politécnico, pela fantástica capacidade de adaptação ao mundo digital que evidenciou neste último mês. A transformação digital dos seus processos de ensino e administrativos permitem-lhe hoje continuar a garantir o que mais fundamental tem para dar: contribuir para o desenvolvimento científico, cultural, económico e social de Portugal e de todos os países onde se fala a língua portuguesa.

Em duas semanas apenas, foram colocados em modalidade de ensino remoto (online e offline) cerca de 17.000 alunos, divididos por nove estabelecimentos de ensino superior. Mais de 2.500 professores e um total de 300 funcionários em apoio ao universo de mais de 1.100 funcionários do grupo, foram envolvidos no processo de formação e preparação ao novo modelo.

Este foi um caminho fácil? Não. Algumas decisões não foram fáceis de tomar, mas decidiu-se. Nalgumas errou-se, mas corrigiu-se e melhorou-se. Contudo, há um aspeto essencial que importa destacar: o envolvimento e motivação de toda a comunidade que participou no processo – alunos, professores e funcionários!

Este trabalho não se fez agora, naturalmente. A base de desenvolvimento estratégico teve início há três anos, e contou com experiências educativas de incorporação de plataformas digitais no próprio processo de ensino: aulas online, disponibilização de vídeos criados por professores, testes e exames em modelos digitais. Isso permitiu, ainda antes desta pandemia, para além de experiências realizadas em cursos livres, licenciaturas e mestrados, ter um MBA de Sistemas de Informação em modelo online com alunos do Brasil, Suíça, França e Angola.

Esta base foi aquela que permitiu ao Grupo Lusófona ter mobilizado em todo país as 20.000 pessoas da sua comunidade a esta rápida adaptação. Isto é, a base da transformação digital foi essencial, tal como certamente naquelas empresas que se prepararam para o efeito.

Se está perfeito, não estará certamente, mas aplicando a teoria de Charles Darwin, acreditamos que: “Educando e dando exemplos reais aos nossos alunos para se adaptarem melhor e a serem mais ágeis para as mudanças que aí vêm, estamos certos de terão o sucesso que merecem para fortalecerem toda a Lusofonia”.