Com a rápida adoção de tecnologias como a inteligência artificial (IA) e a crescente necessidade de reskilling, vivemos um período simultaneamente complexo e repleto de oportunidades.
O mercado de trabalho em 2025 será certamente marcado pela transformação tecnológica, com a inteligência artificial e a automação a otimizarem processos, por um lado, e a impulsionarem a procura por competências digitais avançadas, por outro.
Como se verificou em todas as épocas da história, a tecnologia será, portanto, o motor que irá gerar mudanças em todos os aspetos do trabalho. Da estrutura da força laboral aos métodos e processos das organizações, a sua capacidade transformadora demonstra-se transversal.
Atualmente, processos repetitivos e demorados estão a ser automatizados, otimizando assim as operações e reduzindo os custos. Por exemplo, segundo um estudo da McKinsey, em 2024, a adoção de IA pelas empresas disparou para 72%. De notar que, no ano anterior, este valor estabeleceu-se nos 55%.
Apesar dos benefícios inerentes à crescente implementação destas soluções, a preocupação dos trabalhadores relativamente ao impacto destas mudanças no mercado de trabalho em 2025 revela-se incontornável para as organizações.
A expansão da inteligência artificial e da automação está, então, a impulsionar a procura por competências digitais avançadas. Nesse sentido, a requalificação profissional emerge aqui como uma ferramenta indispensável para capacitar os recursos humanos, perante as exigências do futuro do trabalho com IA.
O Fórum Económico Mundial projeta que seis em cada 10 trabalhadores necessitarão de formação antes de 2027. Porém, apenas metade tem acesso a oportunidades de formação adequadas.
A formação profissional contínua surge, assim, como uma estratégia fulcral para garantir a adaptação a estas mudanças, assim como o investimento em programas de upskilling (aperfeiçoamento de competências) e de reskilling (aquisição de novas competências).
Adicionalmente, as estratégias de retenção de talentos devem integrar programas de formação que potenciem o desenvolvimento dos profissionais. Desse modo, torna-se possível evitar o aprofundamento da discrepância entre as atuais skills dos trabalhadores e aquilo que lhes será exigido num futuro não muito distante, como explica a AIHR.
Inegavelmente, o envelhecimento da força laboral continuará a ser um desafio proeminente para as empresas e, claro, uma tendência central no mercado de trabalho em 2025. Aliás, como demonstra um estudo global da consultora Bain & Company, cada vez menos jovens estão a entrar no mercado de trabalho.
Essa tendência, predominante no mundo ocidental, exige uma adaptação coordenada por parte das empresas e dos trabalhadores. Neste quadro, verifica-se uma mudança estrutural no âmbito da gestão de talentos, com equipas multigeracionais que exigem uma articulação flexível e eficaz.
Paralelamente, o foco no bem-estar no local de trabalho emergirá, também, como um elemento primordial no mercado de trabalho em 2025. Nesse sentido, a frente de combate contra a ansiedade laboral assume uma relevância incontornável, sobretudo no que respeita à adaptação ao futuro do trabalho com a IA.
Similarmente, esta ênfase no bem-estar estará presente na gestão dos desafios do regresso ao escritório. São muitas as empresas que estão a voltar ao modelo presencial de trabalho, com algumas exceções, que continuam a seguir um regime híbrido. Esta será, sem dúvida, uma tendência que se manterá no próximo ano.
É certo que, devido ao atual quadro geopolítico global e à rapidez da evolução tecnológica, os exercícios de previsão sobre as dinâmicas do mercado de trabalho em 2025 tornam-se uma tarefa desafiadora. Contudo, há duas tendências incontornáveis a manter presentes: as necessidades relativas à requalificação profissional e o impacto da IA.
Este artigo é da autoria da Gi Group Holding.
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