A disrupção e convergência redefine os setores, modificando características de longo prazo, democratizando a informação e criando novas complexidades.
Vários exemplos de disrupção e convergência fazem agora parte das nossas vidas diárias. Através do iTunes a Apple é o principal fornecedor de música do mundo. A Netflix está a alterar radicalmente a forma como consumimos conteúdos em casa. O Airbnb tem reformulado a forma como pensamos a indústria hoteleira. A Uber impactou, desde a indústria de táxis até à forma como o takeaway food é entregue.
Um setor pouco líquido como o imobiliário, que detém ativos que não podem ser vendidos de forma imediata ou por valores imateriais, pode ser mais difícil de disromper que música, filmes ou mobilidade. Mas a centralidade do imobiliário para o ecossistema global e os potenciais ganhos são muito relevantes para serem ignorados.
O Facebook entrou no setor imobiliário com planos para construir 1.500 casas no coração de Silicon Valley. Usando métodos de construção modulares, o Facebook tem como objetivo combater as rendas crescentes com casas a preços acessíveis que desafiam o pensamento tradicional. Os speakers inteligentes ativados por voz da Amazon Echo e da Google Home, sinalizam um futuro onde gigantes da tecnologia poderão ter influência na forma como as casas são construídas.
A disrupção e convergência é impulsionada pelas preferências dos clientes, ecossistemas complexos e tecnologias inovadoras, todas elas com big data no seu núcleo. A convergência ocorre nos pontos onde as indústrias se confrontam e onde a superfluidez cria a oportunidade de eliminar barreiras. Tecnologias de ponta, como o cloud computing, inteligência artificial e blockchain, estão a reduzir ou mesmo eliminar os atritos tradicionais do mercado, dando origem a mercados superfluidos.
Num mundo convergente, todos os espaços serão muito contestados. Como os limites se quebram, empresas líder enfrentarão ameaças competitivas de gigantes tecnológicos, concorrentes tradicionais que se diferenciaram e start-ups com modelos de negócios disruptivos.
Para os líderes no setor imobiliário, o jogo está a mudar rapidamente com a mudança das alavancas de valor. Atributos como localização, classe de ativo e qualidade devem agora ser considerados ao lado de uma série de outros fatores, desde conectividade, flexibilidade e saúde e bem-estar. Estar preparado para a disrupção e convergência significa ficar confortável com o desconforto, criando uma cultura de inovação aberta a novas oportunidades num mundo superfluido.