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The Surf Class: Nasceu a aplicação para agendar aulas de surf na praia mais perto de si

Simão Meneses é um dos sócios do projeto 100% português que procura escolas e instrutores à medida de quem se vai lançar na modalidade ou já é profissional. “O surf nunca vai ser um sector como o imobiliário mas já é uma indústria”, diz o empreendedor ao Jornal Económico.
26 Agosto 2021, 13h15

O genérico do documentário “100 Foot Wave” não deixa margem para dúvidas: “Os surfistas procuram sempre a próxima coisa grandiosa” – e a grandiosidade pode estar numa onda de 30 metros ou em tecnologia que aproxime principiantes e profissionais às pranchas. É o caso da aplicação móvel “The Surf Class”, a primeira em Portugal onde é possível com o telemóvel agendar aulas de surf na praia em que a pessoa se encontrar, entre mais de 150 escolas e instrutores disponíveis.

Simão Meneses é o empreendedor que criou a app em plena pandemia e com surf confinado, ao aperceber-se de que existia uma lacuna na área. “O surf está a crescer imenso. Nunca vai ser um sector como imobiliário, mas já é uma indústria. Todos os anos nota-se cada vez mais gente a aderir e penso que o crescimento duplicou no número de pessoas neste desporto, o que acaba por criar sempre oportunidades”, disse ao Jornal Económico (JE).

“Por outro lado, por vezes sente-se que é um mercado muito amador. Acaba por ser uma desvantagem haver poucos profissionais que conseguem compreender perceber de facto de surf e compreender a tecnologia por trás. Por isso é que o maior negócio está no surf de turismo, de lazer”, explica o software developer da consultora Adentis.

A empresa foi formalmente lançada este verão e é composta por equipa de sete pessoas, entre as quais mais três sócios além de Simão Meneses: um marketeer, um fisiologista/ instrutor de surf e um programador, com quem partilhou salas de faculdade, cadeiras de escritório e ondas em Peniche. Ainda assim, os primórdios da The Surf Class estão na escola de formação tecnológica Ironhack, onde o gestor de 28 anos frequentou o curso de web development que acabou por o levar a deixar de parte as Relações Internacionais, a sua principal formação académica.

A Ironhack, desde que chegou a Portugal em 2018, formou mais de três centenas de alunos em áreas tecnológicas pelas quais as organizações suplicam, como web development, UX/UI (design de experiência e interface do utilizador) e data analytics. A grande maioria recorreu a esta escola para dar uma volta de 180º graus à carreira – tal como este empreendedor torriense – e encontrou emprego seis meses depois de terminar o curso, que é de nove ou 24 semanas.

Hoje, a app – cuja taxa de reserva de aulas é de 5 dólares (4,25 euros) – conta com mais de 1.500 downloads, mas os quatro sócios ainda estão a limar arestas do plano de negócio. O futuro próximo passará pela internacionalização e mais parcerias publicitárias e de descontos corporate, como a que fecharam na semana passada com o unicórnio Talkdesk.

“Mais recentemente, as grandes empresas começaram a entrar neste mundo com oferta de descontos para aos trabalhadores ou mesmo congressistas começarem a fazer surf, por exemplo. Depois há outro tipo de presença das marcas, que é quando os seus decisores estão muito ligados à modalidade, como acontece nas clínicas Joaquim Chaves Saúde, cujo produto não tem nada que ver com surf e apoiam numa lógica profissional”, refere o programador.

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