Nunca me envolvi em eleições presidenciais. Quando nasci, o ocupante do cargo era o General Ramalho Eanes. Apesar de não ter qualquer memória de como exerceu o cargo, tenho dele a opinião de ser homem íntegro, sério, discreto e de completa devoção ao serviço da causa pública. A ele e a um pequeno número de outros homens de acção devemos ser hoje um País que apesar de todos os defeitos, erros e crimes… tem um regime democrático. O meu agradecimento público por isso.

Hoje, mais do que nunca, precisamos de alguém com essas características na Presidência da República Portuguesa. Vivemos tempos de perigo para a Democracia. Temos assistido, ao longo dos últimos anos, à concentração de poder nas mãos de um pequeno número de pessoas, ao crescimento exponencial do clientelismo partidário pelo empobrecimento da sociedade, a uma maior dependência da iniciativa privada – seja a título individual, seja a título colectivo – de decisões arbitrárias de nomeados políticos.

Temos também observado a crescente tentação de um maior controlo ilegítimo de entidades reguladoras, a produção de legislação “à medida”, e exemplos degradantes de eleitos que permanecem imunes à crítica e às consequências dos seus actos.

A tudo isto podemos somar o abandono a que nós, Portugueses, temos sido votados pelo Presidente da República. Não me refiro à constante presença mediática, às manifestações de afectos ou mensagens alinhadas com a espuma dos dias. Nem ao contacto próximo com pessoas por todo o país, de salvamento em salvamento, e de tragédia em tragédia.

Refiro-me, sim, à completa incapacidade demonstrada para apontar os erros e comprometer quem os comete. Refiro-me a prometer acção e depois esperar o esquecimento mediático. A exigir mudanças e a seguir aceitar a medíocre continuidade. A afirmar a plenos pulmões que “somos os melhores” esquecendo os dados, os resultados e o que verdadeiramente podemos fazer… se nos deixarem.

Vivemos uma realidade que condena o presente e o futuro de Portugal a sermos os mais pobres da União Europeia. Precisamos de novo de um homem íntegro, sério, discreto e de completa devoção ao serviço da causa pública, capaz de defender o nosso sistema democrático.

Precisamos de alguém que não fique em silêncio face aos abusos de uma classe política que já não tem vergonha dos actos que pratica em prejuízo da comunidade. Precisamos de alguém que defenda as liberdades políticas, sociais, económicas e a iniciativa livre de todos quantos querem ser felizes no País em que vivem e que amam.

É obrigação de todos nós contribuir para acordar as forças vivas do País e articular os seus esforços para melhorar a qualidade de vida da comunidade nacional. Cooperar para garantir que as condições sociais, económicas e ambientais estão reunidas para não sermos condenados a um futuro de estagnação. Para isso devemos começar pela Presidência da República, por escolher um homem íntegro, sério, discreto e de completa devoção ao serviço da causa pública.

Os Portugueses merecem melhor. Por isso… Tiago Mayan a Presidente!